domingo, 13 de fevereiro de 2022

Putin diz a Biden que enviará novo documento sobre exigências de garantias de segurança para a Rússia

 "Em breve informaremos nossos parceiros e o público sobre nossa reação", disse a assessoria do Kremlin

Joe Biden e Vladimir Putin (Foto: Reuters)


TASS e Sputnik - O assessor do Kremlin Yury Ushakov disse que Moscou considerará as opiniões expostas por Biden no telefonema com o líder russo, Vladimir Putin, ao elaborar a resposta aos EUA e à Otan às propostas de Putin sobre garantias de segurança.

"Os dois presidentes concordaram que Moscou estudará cuidadosamente as opiniões expressas por Biden e, se possível, as levará em consideração ao trabalhar em uma reação aos documentos sobre as posições dos EUA e da Otan", destacou. A resposta russa será dada em futuro próximo, conforme Yury Ushakov. "Em breve informaremos nossos parceiros e o público sobre nossa reação", disse.

Segundo ele, Putin mencionou a história das relações entre os EUA, a Otan e a Rússia, apontando que "durante a Guerra Fria, a União Soviética e os EUA eram claramente adversários, mas na década de 1990, por exemplo, parecíamos amigos, embora, mesmo assim, a política que os EUA e a Otan seguiram em relação à Rússia estivesse longe de ser construtiva".

O assessor do Kremlin observou que "foi quando começaram os passos práticos para expandir o escopo de atividade da Otan, foi quando novos países foram admitidos e a aliança chegou perto das fronteiras da Rússia". "Mais tarde, na década de 2000, a situação de segurança na região euro-atlântica se deteriorou drasticamente e era sobre a segurança do nosso país", enfatizou Ushakov.

O presidente dos EUA, Joe Biden, destacou na conversa com Putin que Moscou e Washington continuam opostos, mas precisam fazer o possível para manter a estabilidade e a segurança globais, disse Ushakov. "Ele (Biden) disse que nossas duas grandes potências ainda são rivais agora, mas devem fazer o possível para manter a estabilidade e garantir a segurança em todo o mundo", disse Ushakov.

Ushakov explicou que, durante a conversa, o presidente norte-americano ainda se referiu à experiência de seus antecessores, opinando que fizeram tudo ao seu alcance durante a Guerra Fria para evitar o desastre.

Segundo o funcionário do Kremlin, Biden também enfatizou que era necessário fazer todo o possível para evitar o pior cenário na atual crise em torno da Ucrânia.

O Ocidente e Kiev recentemente divulgaram alegações sobre a potencial “invasão” russa da Ucrânia. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, classificou essas alegações como "vazias e infundadas", servindo como uma manobra para aumentar as tensões, apontando que a Rússia não representava nenhuma ameaça a ninguém. No entanto, Peskov não descartou a possibilidade de provocações destinadas a justificar tais alegações e alertou que as tentativas de usar a força militar para resolver a crise no sudeste da Ucrânia teriam sérias consequências.

Os presidentes russo e norte-americano, Vladimir Putin e Joe Biden, decidiram que Moscou e Washington manterão contatos em diferentes níveis, disse Ushakov.

"Os presidentes concordaram em mais contatos em diferentes níveis sobre todas as questões discutidas pelo telefone hoje", disse Ushakov.

Por sua vez, o comunicado da Casa Branca destaca que Joe Biden reiterou após a conversa telefônica com Vladimir Putin que a Rússia sofreria consequências de Washington e aliados se escalar a situação em torno da Ucrânia.

Vladimir Putin e Joe Biden, presidentes russo e norte-americano, respectivamente, discutiram "a escalada da concentração militar da Rússia" perto da fronteira da Ucrânia em uma conversa telefônica no sábado (12), disse a Casa Branca.

"O presidente Biden deu a entender claramente ao presidente Putin que, embora os Estados Unidos sigam preparados para se engajarem em diplomacia, em coordenação completa com nossos aliados e parceiros, estamos igualmente preparados para outros cenários", comunicou a Casa Branca. Biden também observou que uma "invasão russa da Ucrânia levará a sofrimento humano generalizado e enfraquecerá a posição da Rússia".

"[...] A chamada entre os dois presidentes foi profissional e substantiva. Ela durou ligeiramente mais de uma hora. Não houve nenhuma mudança fundamental na dinâmica que tem vindo a ocorrer há várias semanas, mas acreditamos que colocamos ideias na mesa", segundo a assessoria da Casa Branca. 

O governo dos EUA revelou igualmente que Putin e Biden, e suas respectivas equipes, seguirão contatando o outro lado sobre a situação em torno da Ucrânia nos próximos dias. No entanto, o representante dos EUA não excluiu que a Rússia decida atacar a Ucrânia nessa situação, e que Washington continua não vendo sinais de desescalada das tensões.

Ao mesmo tempo, ele referiu que os EUA seguem sem entender se a Rússia prefere a via diplomática ou guerra contra a Ucrânia.

A consequência das tensões é a retirada do pessoal diplomático dos EUA da Ucrânia, indicou o funcionário sênior dos EUA.

"Continuamos diminuindo o nível da nossa presença diplomática em Kiev, e o nosso presidente deixou muito claro ao presidente Putin que estamos preocupados com a segurança e o bem-estar dos americanos que permanecem na Ucrânia", relatou sobre o telefonema entre Biden e Putin, e explicou que a posição dos EUA é que não vale a pena realizar negociações publicamente porque "não consideramos tal política a melhor forma de conseguir reduzir as tensões da crise".

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