Candidato do PT ao governo de São Paulo, favorito na disputa estadual, revela pontos da construção do programa do ex-presidente para a disputa à Presidência
247 – Candidato favorito na disputa pelo governo de São Paulo, Fernando Haddad (PT), ex-prefeito paulistano e ex-ministro da Educação, sintetizou e explicitou à TV 247, durante o programa Sua Excelência, O Fato exibido ao vivo na última 3ª feira, 15 de fevereiro, a principal razão de lideranças mundiais e o mercado financeiro internacional terem começado a dar sinais de tranquilidade e de retorno de investimentos para o Brasil depois das eleições presidenciais deste ano: “porque o Lula está na frente, porque o Lula foi o maior presidente da História e é um dos maiores estadistas vivos no mundo. E porque todo mundo sabe que Lula é democrata, que sabe gerar empregos, que sabe conduzir a economia do País, que é amigo do Meio Ambiente e dos Direitos Humanos”.
Um link com a íntegra do programa está disponível no final deste texto.
Na última 6ª feira, 18 de fevereiro, a empresa Ipespe divulgou pesquisa de intenções de voto no estado de São Paulo. Com 38% de intenções de voto, Fernando Haddad é o líder na disputa estadual em todos os cenários plausíveis, ou seja, sempre que o ex-governador Geraldo Alckmin é excluído das cartelas de entrevista com os eleitores. Alckmin está a um passo de ser formalizado como companheiro de chapa de Lula, como vice-presidente, na tentativa do petista de chegar à Presidência para um 3º mandato.
“O Lula vem com oito anos de experiência como o maior presidente da História do País e um dos maiores estadistas vivos. O Lula é recebido como Chefe de Estado… o Lula recebeu em Curitiba mais personalidades, em 580 dias, do que o Bolsonaro em três anos no Palácio do Planalto. Essa é a real”, disse Haddad aos jornalistas Luís Costa Pinto e Eumano Silva. “Em 580 dias, em Curitiba, Lula recebeu gente mais importante do que o Bolsonaro no governo inteiro dele”, contabiliza o candidato do PT ao governo paulista e um dos interlocutores mais próximos do ex-presidente na condução das discussões em torno do programa de governo para o País. “Então, nós estamos falando de uma personalidade que pode catalisar um processo… aquilo que levaria cinco anos para acontecer, o Lula pode fazer acontecer em três anos. Ou pode fazer acontecer em dois anos… porque o choque de credibilidade que ele traz para os nossos parceiros internacionais é um choque imediato”.
Retorno de investimentos estrangeiros se dará pela força gravitacional da personalidade e da credibilidade de Lula
“O investidor estrangeiro já está dizendo que no ano que vem volta para o Brasil. Já está prevendo a vitória do Lula e já está dizendo que no ano que vem volta para o Brasil, para gerar emprego e renda”, seguiu Fernando Haddad em seu raciocínio. “Eu acredito que nós vamos ter um alento com a eleição do Lula. Eu espero que a gente aproveite a chamada ‘Lua de Mel’, na qual virão recursos e tal, para fazer as mudanças estruturais necessárias para que isso tenha sustentabilidade no tempo. O Lula é a única pessoa que tem condições de fazer isso em pouco tempo”.
Para o ex-ministro da Educação e ex-prefeito da capital paulista, a personalidade do ex-presidente é não só a única, como também a ideal para liderar o processo de reconstrução do País depois dos trágicos “anos Bolsonaro”. “Não existe outro brasileiro, capaz de passar essa credibilidade para o mundo, no tempo em que o Lula consegue fazer. O Bolsonaro, nem vou dizer: o Bolsonaro está totalmente queimado no mundo. Mas, qualquer outra pessoa no lugar do Lula, levaria tempo para se apresentar”, crê ele. E prossegue, ao longo do bate-papo no programa: “O Macron ia falar ‘quem é esse cara’? O Biden ia falar ‘quem é esse cara’? O Scholz ia falar ‘quem é esse cara’? O Lula todo mundo conhece… Todo mundo sabe como governa. Todo mundo sabe que é um democrata, que é responsável, que sabe tocar a economia, que sabe gerar emprego. Todo mundo sabe que Lula é um amigo do Meio Ambiente. Todo mundo sabe que é um amigo dos Direitos Humanos”. Concluindo esse tópico do Sua Excelência, O Fato, sacramentou: “esse choque é que precisamos e que vai fazer diferença: A volta do Lula é extremamente importante”.
Em novo governo do PT, Meio Ambiente, Educação e Cultura como eixos para religar a economia e gerar emprego e renda
Fernando Haddad criticou duramente o que chama de “debacle” na Educação brasileira sob Jair Bolsonaro, sobretudo nos indicadores do ensino básico. "Nós estávamos vivendo um momento de 15 anos de melhora da qualidade da educação, do ensino básico, no Brasil. Ininterruptamente. Desde que eu lancei o Plano de Desenvolvimento da Educação, o IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) aumentou. Em algumas etapas, mais do que o previsto. Em algumas etapas, menos do que o previsto. Mas aumentou em todas as etapas da Educação Básica”, explicou, a fim de contextualizar o quadro devastador que mostraria em seguida. “Nós podemos ter agora, pela primeira vez em 15 anos, uma debacle. Uma catástrofe na qualidade da educação”, disse o ex-ministro e ex-prefeito.
Em seguida, desenhou as críticas: “O governo Bolsonaro não fez absolutamente nada para melhorar a qualidade da educação, muito pelo contrário. Ele levou água para o moinho da pandemia”, disse. “Foi esse o resultado do negacionismo dele, e com a estupidez de vários ministros que passaram pelo Ministério da Saúde”, explicou, dizendo que o negacionismo e a má gestão da pandemia por coronavírus Covid-19 impactaram diretamente o desenvolvimento educacional de crianças e adolescentes brasileiros. “A primeira coisa que nós temos de entender é que vai ser preciso fazer um amplo programa, que vai ser de médio prazo, que vai demorar alguns anos, para dar às crianças que foram vítimas da irresponsabilidade desse governo, as melhores condições de se atualizar, de se recuperar e de projetar para o futuro”.
De acordo com Haddad, este é o centro da ação para a Educação já entregue ao candidato do PT à Presidência. “Já apresentamos para o ex-presidente Lula, no âmbito da Fundação Perseu Abramo, o que será esse plano de ação, esse plano de recolocar a Educação no trilho que o Plano de Desenvolvimento da Educação criou para o País”, afirmou. “Vamos ter, aí, um prejuízo que se estima em um ponto do IDEB, isso dá mais ou menos sete ou oito anos de atraso. E tudo provocado pela irresponsabilidade do governo Bolsonaro”.
Atrelado à restauração imediata da engrenagem que fazia funcionar (e avançar) a Educação, virão os eixos de Meio Ambiente, Cultura e Habitação. “A questão do Meio Ambiente, vamos combinar com a da economia”, revelou no programa, dando pistas de como será a proposta de programa de governo de Lula. “Queremos fazer do Meio Ambiente uma geração de emprego e renda no Brasil. Isso vai ser muito forte. Queremos fazer da Cultura uma fronteira da geração de emprego e renda”, disse.
“A construção civil, será também uma fronteira da geração de emprego e renda. Vamos combinar essas áreas para fazer um plano de recuperação do emprego e da renda no nosso País”, explicou ainda Haddad durante o programa. “Nós achamos que essas três áreas são fortemente intensivas em mão-de-obra. Então, vamos poder gerar empregos porque são investimentos que requerem mão-de-obra intensamente, e de todo tipo de qualidade, de qualificação. Desde a menos qualificada até a mão-de-obra de ponta”, asseverou. Para ele, a possibilidade de gerar empregos a partir destas ações é muito grande. “Desde técnicos e especialistas em áreas de fronteira”, sublinhou. “Com Meio Ambiente, Construção Civil e Cultura, nós vamos dar um grande impulso para o desenvolvimento sustentável no Brasil com geração de emprego e renda no curto prazo”, seguiu falando.
Ampliação da miséria e do desalento preocupam
Fernando Haddad falou, ainda, do estado crítico das carências sociais no País, no estado de São Paulo e na capital paulista em especial. “A população em situação de rua triplicou no Brasil. Aqui em São Paulo, se as pessoas forem ao centro de São Paulo, verão uma cidade completamente abandonada à própria sorte”, disse. “E nós estamos falando de famílias. Mulheres e crianças na rua, sem que haja providências drásticas do poder público. Estamos falando de famílias em situação de vulnerabilidade total, de extrema pobreza. E crianças!”. Encerrando este outro tópico da conversa no Sua Excelência, O Fato e ligando-o à proposta de retomada da economia na qual a Fundação Perseu Abramo vem trabalhando para entregar ao ex-presidente Lula, concluiu: “a gente vai ter que retomar isso a todo custo, porque vai ter de ter um grande foco na produção de moradia”.
Assista, a seguir, no link, a íntegra do programa:
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