terça-feira, 22 de fevereiro de 2022

Em quatro anos, número de drones cadastrados no Paraná quase triplica

 

Voando alto: entre 2020 e 2022, número de aeronaves com registro cresceu 34% (Foto: Frankin de Freitas)

O mercado de drones segue voando alto no Paraná, mesmo em meio à pandemia do novo coronavírus e diante de uma crise econômica. É o que apontam dados da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), os quais revelam que, desde o início da emergência sanitária, o número de aeronaves não tripuladas registradas no estado teve um salto de 34%, passando de 4.473 drones em fevereiro de 2020 para 5.995 em janeiro de 2022.

Entre todas as unidades federativas, o Paraná concentra o quarto maior número de drones no país, atrás apenas de São Paulo (30.624), Minas Gerais (9.561) e Rio de Janeiro (8.956). Além disso, o estado registra um crescimento acima da média nacional.

Em janeiro de 2018, por exemplo, haviam 33.675 drones em todo o país. Em janeiro de 2022, já eram 90.696. Em quatro anos, portanto, o número de aeronaves não-tripuladas cresceu 169,33%, com uma elevação de 27,9% apenas no período pandêmico (haviam 70.934 drones no Brasil em fevereiro de 2020).

No Paraná, por outro lado, a alta no número de aeronaves, só durante a pandemia, foi de 34%, acima da média nacional. Considerando um intervalo mais longo, o número de drones cadastrados cresceu 184,39% entre 2018 e 2022, passando de 2.108 aeronaves para 5.995. Se há quatro anos o estado respondia por 6,26% do total de drones no país, hoje esse porcentual já chega a 6,61%.

Uso recreativo aparece como majoritário, mas profissionalização é crescente

Os dados da Anac revelam ainda que o uso do equipamento para lazer é majoritário no estado, com 53,6% dos drones cadastrados sendo apontados para uso recreativo. Por outro lado, a profissionalização do serviço é crescente, com destaque a atividades como aerofotografia (32,3%), aerocinematrografia (26,7%), aeroinspeção, (13,1%), aerolevantamento (9,4%), aeroagrícolas (7,8%) e segurança pública e/ou Defesa Civil (7,6%), ramos de atividade mais comuns para as aeronaves apontada para uso não recreativo.

“Muitas companhias, que viram a demanda cair, precisaram reduzir a equipe de trabalho. Neste contexto, empresas que fornecem serviços com drones passaram a ser contratadas nos segmentos de inspeções, mapeamento e levantamento”, afirma Alexandre Scussel, geógrafo, profissional da tecnologia de drones e que também atua como supervisor do curso de piloto de drones do Centro Europeu.

Apenas em Curitiba, inclusive, o curso do Centro Europeu já formou mais de 300 pilotos de drones. Com turmas presenciais e online e início das aulas nos meses de março e agosto, o curso oferece disciplinas como uso de drones no setor imobiliário, drones para acompanhamento de obras, introdução ao tratamento profissional de imagens, inspeções com drones, entre outras. As matrículas para o curso que começa em março já estão abertas. “Para entrar neste mercado é preciso estar atento às regras, demandas e novas tecnologias”, reforça Scussel.

Empresa paranaense utiliza drone de maneira inusitada

Uma empresa paranaense do ramo de tecnologia em mobilidade utilizou drones de maneira inusitada e inédita. Em janeiro, ao celebrar seus 16 anos de existência, a Velsis contratou duas aeronaves. Enquanto uma levou um bolo de aniversário, a outra foi filmando todo o percurso.

“Somos uma empresa que oferece soluções inovadoras com alta tecnologia para mobilidade urbana e viária e utilizamos drones em processos de vistoria dos equipamentos. Para celebrar o nosso aniversário resolvemos fazer uma ação que mostra inovação e utilizando recursos extremamente qualificados”, explica Guilherme Araújo, diretor-presidente da Velsis.

Os sistemas da Velsis geram dados que permitem, por exemplo, fazer a gestão de vias de forma inteligente, aumentando a segurança, otimizando o tempo de deslocamento dos usuários e investimentos em manutenção.

RÁPIDA

Curitiba e Londrina lideram

Entre os municípios do Paraná, a capital paranaense, Curitiba, aparece com grande destaque no cadastramento de drones, com 2.328 equipamentos, o equivalente a cerca de 39% da frota de aeronaves não tripuladas em todo o estado. Na sequência, aparecem ainda alguns dos municípios com mais habitantes no estado, como Londrina (465), Maringá (327), Foz do Iguaçu (241) e Cascavel (239). Além disso, dos 399 municípios paranaenses, 203 possuem pelo menos um drone cadastrado na Anac, o equivalente a 50,9% do total de cidades no estado.

Drones cadastrados no Brasil e no Paraná
(mês de referência: janeiro)

Paraná
2022: 5.995
2021: 5.231
2020: 4.299
2019: 3.944
2018: 2.108

Brasil
2022: 90.696
2021: 79.858
2020: 68.484
2019: 62.048
2018: 33.675

Unidades federativas com o maior número de drones cadastrados em janeiro de 2022

São Paulo: 30.624
Minas Gerais: 9.561
Rio de Janeiro: 8.956
Paraná: 5.995
Rio Grande do Sul: 4.633

Municípios do Paraná com mais drones cadastrados
Curitiba: 2.328
Londrina: 465
Maringá: 327
Foz do Iguaçu: 241
Cascavel: 239
Ponta Grossa: 205
São José dos Pinhais: 156
Colombo: 83
Guarapuava: 82
Pinhais: 81
Toledo: 78
Campo Largo: 64
Paranaguá: 57
Pato Branco: 54
Arapongas: 51
Umuarama: 50
Araucária: 48
Cambé: 47
Campo Mourão: 39
Almirante Tamandaré: 33
Apucarana: 32
Marechal Cândido Rondon: 31
Tipo de uso
Recreativo: 3.231
Não recreativo: 2.798
6029
Ramo de atividade
Aerofotografia: 770
Aerocinematografia: 636
Aeroinspeção: 312
Aerolevantamento - Aerofotogrametria: 214
Aeroagrícola: 185
Segurança Pública e/ou Defesa Civil: 181
Aerorreportagem: 32
Órgãos de Fiscalização - Entidades Estatais: 29
Aerolevantamento - Aeroprospecção: 10
Aerodemonstração: 5
Operação com carga externa: 3
Aeropublicidade ou Exposição de letreiros luminosos: 2
Combate a incêndio: 1

Fonte:Bem Paraná

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