quinta-feira, 10 de fevereiro de 2022

Casos de apologia ao nazismo crescem no Brasil desde a eleição de Bolsonaro: "é como se tivéssemos aberto uma caixa de pandora"

 Para historiadora da PUC-SP, as pessoas saíram da “deep web”, onde não podem ser achadas por meio de mecanismos de busca, para “defender o indefensável”

(Foto: Reprodução/Youtube | Alan Santos/PR)

247 - A exposição de casos de apologia ao nazismo protagonizados nos últimos dias pelo youtuber Bruno Aiub, o Monark, do deputado Kim Kataguiri (DEM-SP) no ‘Flow Podcast’ e do ex-comentarista Adrilles Jorge são reflexos de uma ‘caixa de pandora’ aberta desde que Bolsonaro foi eleito em 2018.

Para a doutora em História pela PUC de São Paulo Pietra Diwan, este tipo de intolerância vem ganhando espaço após a vitórias de Donald Trump nos Estados Unidos em 2016, e de Jair Bolsonaro no Brasil, em 2018.

“Esse fenômeno é agravado pela vitória de Jair Bolsonaro e a agenda de extrema direta que ele defende. É como se tivéssemos aberto uma caixa de pandora que já existia, mas agora as pessoas se sentem mais à vontade, não estão apenas mais na deep web”.

De acordo com dados da Polícia Federal, os posicionamentos destas figuras públicas relativizando a gravidade da ideologia nazista, crescem na mesma proporção do número de denúncias sobre apologia ao nazismo no Brasil. 

Segundo a PF, foram abertos entre janeiro e outubro de 2021, 51 inquéritos para apurar tais tipos de casos. Outros 110 ao longo de 2020 e 69 no ano anterior. O número de investigações protocoladas sobre o tema supera a média da última década — de 12 inquéritos por ano entre 2010 e 2018, informa O Globo

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