Fora do cenário político desde 2018, quando não conseguiu se eleger senador após uma série de problemas com a Justiça, o governador Beto Richa (PSDB) admitiu nesta terça-feira (1) que pode disputar uma cadeira na Câmara Federal nas eleições de outubro. O tucano – que deve assumir a presidência do PSDB do Paraná – também demonstra intenção de usar a campanha para se defender das acusações de corrupção que o levaram a ser preso três vezes entre o final de 2018 e início de 2019.
Richa foi preso pela primeira vez em setembro de 2018, quando ainda disputava a eleição para o Senado, na Operação Rádio Patrulha, do Ministério Público do Paraná, acusado de irregularidades no programa Patrulha do Campo. A segunda vez foi em janeiro de 2019, na Operação Integração, fase da Lava Jato que investigou suspeitas de pagamento de propina na concessão dos pedágios. E em 19 de março de 2019, na operação Quadro Negro, do MP/PR, que investiga desvio de recursos de obras em escolas. Em todas as vezes, acabou solto pela Justiça.
Réu em sete processos, o ex-governador insiste que não há provas contra ele. “Nada se confirma, não existe meia prova contra mim. A prisão não pode ser um ato de vontade do juiz, mas de direito. Não aceito o que aconteceu. Eu não vou para casa humilhado”, disse ele em entrevista à rádio Banda B. “Eu fui escolhido, talvez, como contraponto do PT”, afirmou.
O ex-governador alegou que desde então se retirou do palco político para trabalhar em sua defesa. “Resolvi adotar o silêncio, para ter paz para que meus opressores e algozes se esquecessem de mim. Para voltar a respirar e cuidar de mim, da família, da nossa defesa. A perseguição foi insana, diabólica. Não desejo a ninguém o sofrimento a que fomos submetidos”, alegou.
Agora ele afirma se sentir pronto para voltar a arena eleitoral. “Comecei a voltar a caminhar no estado passados três anos de sofrimento. Muitos prefeitos querem que eu vá para o governo. Estou avaliando. Mas, hoje, estou inclinado a ser pré-candidato a deputado federal”, confirmou.
Debandada
Prestes a assumir o comando do PSDB paranaense, Richa minimizou a perda de lideranças que o partido sofreu nos últimos dias, após anunciar a pré-candidatura do ex-prefeito de Guarapuava, César Silvestri Filho, ao governo do Estado. Deixaram o ninho tucano o presidente da Assembleia Legislativa, Ademar Traiano; o ex-prefeito de Ponta Grossa, Marcelo Rangel, além do deputado estadual Paulo Litro, que renunciou à presidência da sigla. Traiano que deve migrar para o PSD do governador Ratinho Júnior para apoiar a sua reeleição. “O Traiano já estava saindo do PSDB por uma estratégia pessoal”, afirmou.
Fonte: Bem Paraná
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