Com crescimento de 71% dos casos de covid-19 no mundo em uma semana, 100% nas Américas, OMS alerta: ômicron não é variante branda
Rede Brasil Atual - Depois de mais de 13 milhões de casos em uma semana, a pandemia do novo coronavírus avisa que está longe do fim. O mundo amanhece nesta sexta-feira (7) superando a marca de 300 milhões de casos. Desse modo, nos próximos dias o equivalente a uma população inteira dos Estados Unidos terá contraído a doença desde o início do ano passado. Além disso, com 5,5 milhões de mortes, o mundo perde uma Noruega, ou um Congo, para a covid-19. Ou as populações de Fortaleza e Salvador somadas.
São quatro dias seguidos de recorde de contaminação, desde segunda-feira (3), com mais de 2,5 milhões de novos casos de covid-19 no mundo. Num momento de festas, tentativas de volta aos encontros e à normalidade, são 22 milhões de contágios em duas semanas desde véspera do Natal. Para se ter ideia, o recorde diário anterior, ano passado, era de menos de 1 milhão, em meio a onda trazida pela variante Delta. Por isso, a Organização Mundial de Saúde (OMS) alerta que a variante ômicron é mortal, não se deve tratá-la como uma cepa branda.
A organização alerta, assim, para o aumento de 71% dos casos de covid-19 em uma semana no mundo, sendo 100% nas Américas. Segundo a OMS, 90% dos casos de maior gravidade de covid-19 no mundo são os de pessoas que não tomaram vacina. Portanto, a situação só não é pior por causa do avanço da vacinação.
Crime contra a infância
Mas, a pretexto de “prevenir” supostos efeitos colaterais, uma minoria de pessoas antivacina, em alguns países mais e em outros menos, dificulta o avanço da imunização. Porém, no Brasil, esse grupo encontra respaldo no próprio presidente da República, que ataca as vacinas e diz que não vacinará a própria filha. Além disso, seu ministro da Saúde decidiu não tornar obrigatória a vacinação de crianças de 5 a 11 anos. Desse modo, o presidente e seu ministro cometem mais um crime, desta vez contra o Estatuto da Criança e do Adolescente. Quem observa é o advogado Ariel de Castro Alves, em entrevista à Rádio Brasil Atual.
Para responder aos negacionistas, o médico Stanley Spinner, diretor de Pediatria Infantil do estado do Texas, nos Estados Unidos, explica com simplicidade científica. “É mais importante os pais se preocuparem com possíveis efeitos de longo prazo em crianças infectadas do que com qualquer risco de tomar uma vacina.”
Quarta dose
Spinner se refere ao risco de problemas físicos, respiratórios e até cognitivos que podem acompanhar no futuro uma criança infectada hoje pela covid hoje. A pediatra Lorena Tapia, infectologista e pesquisadora do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade do Chile, completa o raciocínio. “O mais relevante para prevenir uma futura doença grave devido à Covid-19 e especialmente para a ômicron é vacinar os mais pequenos”.
“Como alguns pais podem ter dúvidas, e como acompanhei todo o processo da vacina e quão seguras têm sido nas crianças, minha recomendação, portanto, é: vacinem. Hoje contra o ômicron, e também contra as variantes que estão por vir”, afirma a pesquisadora, ao jornal La Tercera. A reportagem de Cristina Perez informa que a variante ômicron por afetar mais severamente as crianças. Lorena é membro do Comitê de Vacinas do Chile. O país vacina crianças a partir de 3 anos desde o ano passado. Além disso, será o primeiro país da América Latina a aplicar, nas próximas semanas, a quarta dose de reforço na população adulta.
A propósito, a Convenção Constituinte do Chile elegeu como presidenta uma epidemiologista independente. María Elisa Quinteros foi eleita na quarta-feira (5). A médica é a segunda mulher – substitui a linguista da etnia Mapuche Elisa Loncón – a comandar o processo. A nova Constituição tem ainda seis meses para ficar pronta.
Nenhum comentário:
Postar um comentário