Pecuaristas prometem força-tarefa, com direito a doação de bois, para tentar “eleger Bolsonaro no primeiro turno
Por Ricardo Noblat, no Metrópoles - Um grupo de pecuaristas de Goiás começou uma campanha em grupos de WhatsApp para convencer seus colegas de outros estados a doarem bois pelo bem do Brasil.
No caso, o bem seria a reeleição do presidente Jair Bolsonaro, a melhor maneira, segunda eles, de evitar a volta do PT ao poder. Tem de ser boi que pese 20 arrobas, ou mais.
Como a lei não permite que candidato receba animais em doação, a ideia é que cada pecuarista meta a mão no bolso e ajude Bolsonaro com a quantia equivalente ao preço de um boi de 20 arrobas.
Arroba é uma medida que representa o peso da carcaça do boi. Carcaça significa o peso da carne com os ossos. Geralmente, representa 50% do peso de todo animal.
No Brasil, a arroba equivale a 15 kg. O preço do boi gordo em novembro último fechou em R$ 322,40, valor 25,26% (o equivalente a R$ 65,20 por arroba) maior que o de outubro.
Estima-se que existam 700 mil pecuaristas no país, considerando-se apenas criadores que possuem mais de 20 cabeças de gado. Mas alguns devem ser petistas.
Em abril de 1964, logo depois do golpe militar, o grupo de comunicação Diários Associados lançou a campanha “Ouro para o bem do Brasil”. Aceitavam-se cheques também, e dinheiro vivo.
Era para ajudar o governo do presidente Castelo Branco a pagar a dívida externa do país e baixar a inflação. Quem doasse sua aliança de ouro recebia em troca uma de latão onde estava escrito:
“Dei ouro para o bem do Brasil”.
Vi duas dessas, no Recife, na mão de dona Zu, vizinha da casa onde eu morava. Eu tinha 15 anos. Viúva, ela havia doado a sua e a aliança do finado e estava muito orgulhosa.
Não se sabe até hoje onde foi parar o dinheiro arrecadado pelo bem do Brasil.
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