Se a vacinação tivesse começado um mês antes, 25 mil idosos não teriam morrido, diz artigo em pré-print
247 - "Nos últimos dias de 2021, um grupo de pesquisadores brasileiros, ligados à Fundação Oswaldo Cruz e ao Observatório Covid-19 Brasil, disponibilizou um artigo em pré-print - ainda não avaliado, portanto, pelos pareceristas da publicação científica - que dá uma nova contribuição à estimativa de quantos brasileiros Jair Bolsonaro matou durante a pandemia de Covid-19", escreve o sociólogo Celso Rocha de Barros na Folha de S.Paulo.
"O cruzamento entre dados de vacinação e óbitos por Covid-19 em 2021, ano em que a vacinação começou, não dá margem a qualquer dúvida. Observe o que acontece quando a vacinação vai progredindo. Conforme a vacinação cresce, o número de óbitos cai, e cai rápido", enfatiza.
"Com esses dados, os pesquisadores utilizaram técnicas estatísticas para verificar, com base no padrão observado em 2021, duas coisas. A primeira, a boa notícia, é que a vacinação salvou, no mínimo, 75 mil idosos brasileiros em 2021. Setenta e cinco mil pessoas são um Maracanã cheio. Imaginem o estádio cheio de pais e mães, avôs e avós. Há um botão que abre os portões e os deixa ir para casa festejar o Natal de 2021 com suas famílias, lhes dá mais tempo com seus filhos e netos, dá a seus filhos e netos mais tempo com eles".
"Ainda não temos estimativas de quantos estádios cheios de mães e pais, avós e avôs, filhos e filhas, irmãos e irmãs, teriam sido salvos depois do final de maio, ou se Bolsonaro tivesse aceitado a outra metade da oferta do consórcio Covax Facility, ou se não tivesse sabotado o trabalho dos governadores, ou se não tivesse combatido o uso de máscaras, ou se tivesse implementado a testagem em massa com rastreamento de contato", conclui.
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