segunda-feira, 31 de janeiro de 2022

Brasil cria 2,7 milhões de empregos formais em 2021, mas salário de contratação cai

Apesar da elevação no número de vagas, há um movimento de redução nos salários de contratação: 1.793,34 reais em 2021, contra 1.909,19 reais em dezembro de 2020

(Foto: Paulo Emílio)


Reuters - O Brasil abriu 2.730.597 vagas formais de trabalho em 2021, mas houve redução dos salários de contratação, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgado nesta segunda-feira pelo Ministério do Trabalho e Previdência.

O saldo líquido de contratações no ano foi o melhor ano da série histórica iniciada em 2010. O resultado mostra recuperação em relação a 2020, ano marcado por impacto econômico mais intenso da pandemia de Covid-19, quando foram fechados 191.455 postos em termos líquidos.

Apesar da elevação no número de vagas, há um movimento de redução nos salários de contratação. O patamar médio fechou o ano em 1.793,34 reais, contra 1.909,19 reais em dezembro de 2020.

O secretário-executivo do Ministério do Trabalho e Previdência, Bruno Dalcolmo, disse que esse movimento das remunerações é "natural" para situação de crise. Segundo ele, em momentos de retomada, as empresas voltam a contratar funcionários com níveis de instrução mais baixos e trabalhadores temporários, o que puxa o indicador para baixo.

Em dezembro, mês que normalmente tem elevado volume de desligamentos de trabalhadores contratados temporariamente para as festas de fim de ano, foram fechados 265.811 postos.

O resultado de dezembro veio pior do que o fechamento líquido de 162 mil vagas de trabalho projetado por analistas em pesquisa Reuters, e foi resultado de 1.437.910 admissões contra 1.703.721 desligamentos.

Com essa leitura, o estoque de empregos formais do Brasil caiu 0,64% no mês passado em relação a novembro, a 41.289.692. Em dezembro de 2020, o patamar estava em 38.559.095.

Entre os grupamentos de atividades econômicas componentes do Caged, a principal colaboração negativa veio do setor de serviços, que fechou 104.670 postos de trabalho no mês passado em termos líquidos.

O impacto partiu principalmente das atividades de administração pública, defesa e seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais, que registraram o fechamento de 84.383 empregos formais.

O saldo positivo do ano passado, o melhor da série histórica --que teve a metodologia alterada em 2020-- foi resultado de 20.699.802 admissões e de 17.969.205 desligamentos.

O resultado do ano foi puxado por uma retomada nos setores de serviços (+1.226.026 vagas), comércio (+643.754) e indústria (+475.141). Houve também saldo positivo em construção (+244.755) e agropecuária (+140.927).

Em declaração à imprensa, o ministro do Trabalho e Previdência, Onyx Lorenzoni, afirmou nesta segunda-feira que o resultado do emprego formal no Brasil em 2021 foi “extremamente positivo”.

"As políticas adotadas pelo governo Bolsonaro deram condições para que o Brasil pudesse ter uma resposta tão positiva na geração de empregos", disse.

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