Milhares de pessoas saíram às ruas para repudiar Bolsonaro e protestar contra a fome, a inflação e o preço dos alimentos, dos combustíveis e do gás de cozinha. Presença de partidos de centro e centro-esquerda ampliam isolamento de Bolsonaro
Manifestantes levam os temas da carestia e inflação às ruas (Foto: Reprodução)
247 - Duas características das manifestações do Fora Bolsonaro deste sábado (2) têm impacto sobre o cenário nacional: as pessoas estão colocando os temas da fome, da carestia e da inflação que castigam os mais pobres e setores das camadas médias no debate político nacional; e a adesão de partidos de centro-esquerda e de centro ampliam isolamento do governo. Não houve, entretanto, a adesão de partidos e líderes de centro-direita e de direita, como João Doria, Eduardo Leite (PSDB), Luiz Henrique Mandetta (DEM), Marina Silva (Rede) ou Gilberto Kassab (PSD).
Segundo Raimundo Bonfim, coordenador da Central de Movimentos Populares (CMP), os atos reuniram 700 mil pessoas em todo país. Falando no Boa Noite 247 deste domingo, ele avaliou que desde o primeiro ato, em 29 de maio deste ano, houve uma mudança na ênfase das bandeiras levadas às ruas pelos manifestantes. “Cada vez mais a questão econômica-social tem crescido”, observou o líder da CMP. Raimundo relatou que, nas reuniões nos bairros periféricos, quatro temas são obsessivos: “o preço do botijão de gás, o preço das tarifas, água e luz, o preço dos alimentos e o desemprego!
Para o jornalista Mario Vitor Santos, também no Boa Noite 247, a realização das manifestações “é um grande feito, diante da inércia e do temor que tomavam conta de amplos setores da esquerda em maio”.
O jornalista observou que as manifestações deste sábado foram “as mais coloridas, alegres e criativas” e que isso reflete um desejo de volta do país à democracia e a uma situação de crescimento econômico e de oportunidades. Outro aspecto ressaltado por ele é o crescente “engajamento digital” propiciado pelas manifestações e pelo desgaste do governo Bolsonaro, com uma predominância dos segmentos progressistas nas redes, ao contrário do que acontecia até o início do ano. Assista