Guedes é exemplo extremo de 'aporofobia', aversão a pobres, escreve a colunista da Folha de S.Paulo
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247 - "Merece ampla discussão o plano do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, para a retomada pós-pandemia, especialmente pelo que propõe sobre o papel do Estado numa economia capitalista e numa sociedade profundamente desigual como a norte-americana", escreve Cristina Serra na Folha de S.Paulo.
"Biden quer criar empregos para a classe média e trabalhadores com menor qualificação, aumentar o valor do salário mínimo, ampliar a educação pública e melhorar o acesso à saúde" (...), ficando a saber "quem vai pagar a conta dos investimentos do Estado".
A colunista aponta que Biden quer elevar a carga tributária das empresas e daqueles que engordaram suas fortunas ainda mais durante a pandemia.
"No Brasil, porém, falar em aumento de carga tributária dos mais ricos (inclusive no âmbito de uma reforma sobre o tema) é um debate interditado, sobretudo em parte da grande mídia, que deveria amplificá-lo. Esta parece domesticada pelo 'mercado' e se comporta como porta-voz de Paulo Guedes em seu projeto de desossar o Estado e seu papel de indutor da mobilidade social".
"Guedes é exemplo extremo de "aporofobia", expressão cunhada pela filósofa espanhola Adela Cortina para definir a aversão aos pobres e que se manifesta de diversas formas no mundo contemporâneo. A palavra vem do grego áporos (pobre) e fobéo (rejeitar)".
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