O bilionário Pedro Passos exclui a centro-esquerda e a esquerda de seu universo de diálogo, que vai da extrema direita à centro-direita no máximo. Ataca o PT por defender um suposto “congelamento do preço da gasolina”, o que é fake news, mas reconhece que aproximação Lula-Alckmin é “inteligente”
247 - Pedro Passos, um dos donos da Natura, foi um entusiasta do golpe contra a presidenta Dilma Roussef e apoiou Jair Bolsonaro no segundo turno das eleições de 2018. Com o tempo, afastou-se de Bolsonaro e passou a articular uma “terceira via”, mas sempre mantendo um tom crítico e ácido em relação ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em entrevista ao Valor Econômico, publicada nesta sexta-feira (3), o empresário mantém os ataques ao PT, mas reconhece que a aproximação entre o ex-presidente e o ex-governador Geraldo Alckmin é “um passo inteligente de Lula para o centro, uma vez que Alckmin não é um radical”.
Apesar do programa de governo do PT estabelecido em quatro administrações, até o golpe contra Dilma, e da sequência de documentos do PT, da Fundação Perseu Abramo, dos discursos e entrevistas de Lula, o dono da Natura acha que o partido “até agora não tem nada de concreto”.
Ele ataca o PT por algo que o partido não propõe, “congelamento do preço da gasolina” e por algo que de fato é posição partidária, “contra privatização.”
Na entrevista, Pedro Passos diz que seu sonho é ter uma “terceira via com cara e coração” e que, para isso, tem falado com “todo mundo que eu posso.”
É curiosa a definição de “todo mundo” do empresário bilionário: o líder do PSD, Gilberto Kassab, os tucanos João Doria e Eduardo Leite, Rodrigo Pacheco, Simone Tebet, Luiz Henrique Mandetta e, claro Sergio Moro.
No “todo mundo” do dono da Natura, da Avon e da Body Shop inexiste a centro-esquerda e a esquerda.
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