A cada sete minutos, aproximadamente, uma vida chega ao fim no Paraná. Segundo dados do Ministério da Saúde, entre 2011 e 2020 (último ano com dados disponíveis) foram registrados um total de 724.452 falecimentos no estado, o que dá ainda a média de 198 lutos a cada dia. O ano passado, que foi também o primeiro ano da pandemia de Covid-19, foi o período com mais registros (82.313), com alta de 10,39% na comparação com 2019 (quando 74.566 pessoas faleceram no Paraná).
Mas quais são, afinal, as principais causas de morte no Paraná?
Para responder ao questionamento, o Bem Paraná analisou os dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), que contabiliza essas informações desde 1979. O levantamento usa como base a Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID), restringindo-se a causas específicas, e não a grupos de doenças.
Entre as classificações de causas naturais ou externas de mortalidade, os problemas cardíacos sempre aparecem em destaque.
Na última década, por exemplo, o infarto agudo do miocárdio (popularmente conhecido como ataque cardíaco) desponta como o maior vilão da vida e da saúde dos paranaenses, tendo provocado 48.139 mortes entre 2011 e 2020. Isso significa, basicamente, que o infarto foi responsável por 6,6% de todas as mortes no estado no período analisado.
Além do infarto, porém, outros problemas do sistema circulatório aparecem na lista das 20 principais causas de morte no Paraná (a lista completa está disponível abaixo). São eles: acidente vascular cerebral, não especificado como hemorrágico ou isquêmico (em 4º, com 24.988 registros); insuficiência cardíaca (em 5º, com 18.556); hipertensão essencial (8º, com 15.441); sequelas de doenças cerebrovasculares (9º, com 14.859); doença cardíaca hipertensiva (11º, com 10.358); doença isquêmica crõnica do coração (15º, com 9.013); e hemorragia intracebrebral (6.947, em 19º).
No caso das doenças respiratórias, a pneumonia sempre foi a que mais matou, com 36.144 registros no período analisado e tendo 2016 como o ano com mais falecimentos (4.333). Entre as causas específicas de morte, aparece em segundo lugar com a classificação “Pneumonia por microorganismo não especificada” (código J18 na CID-10), responsável por 31.207 mortes ao longo da última década.
Entre os cânceres, os dos brônquios e pulmões (17.410 mortes entre 2011 e 2020), o do estômago (9.677), da próstata (9.409), da mama (9.269), do colón (7.478) e do pâncreas (6.916) aparecem como os mais mortais recentemente.
Além disso, problemas como diabete mellitus (27.740 mortes), situações envolvendo arma de fogo (43.933, com especial destaque às agressões por meio de disparo de arma de fogo ou outra arma não especificada), doença de Alzheimer (12.339) e doença alcoólica do fígado (8.065) também aparecem em destaque no levantamento, como se pode conferir na lista ao lado.
Óbitos pela Covid-19 triplicam em 2021
A Covid-19 ainda não foi inclusa como causa de morte no SIM – a CID, por sua vez, sofreu alterações já no ano passado e passou por uma nova atualização neste ano para incluir causas relacionadas à doença pandêmica. Ainda assim, o Ministério da Saúde anotou, ao longo dos últimos 10 anos. 8.595 mortes cuja causa foram doenças por vírus, de localização não especificada, categoria que inclui a infecção por coronavírus de localização não especificada. Desse total de registros, 8.575 datam do ano passado.
De toda forma, para descobrir um número mais preciso de mortes por Covid-19 é possível apelar para Central de Informações do Registro Civil (CRC Nacional), que ainda no ano passado criou uma central de divulgação de informações sobre a Covid-19, numa iniciativa dos Cartórios de Registro Civil do Brasil.
E essas informações revelam que apenas em 2020 a doença pandêmica foi responsável por 10.329 mortes no Paraná, enquanto em 2021 o número de falecimentos, até o dia 1º de dezembro, chegava a 31.397. Assim, temos um total de 41.726 falecimentos causados pelo SARS-CoV-2 desde março de 2020, quando a pandemia do novo coronavírus começou a assolar o Paraná.
Para se ter noção do que isso representa, entre todas as categorias específicas de óbito no Paraná a mais representativa, numericamente falando, é a de infarto agudo do miocárdio, que provocou ao longo da última década uma média de 4.814 falecimentos por ano. Desde o início da pandemia em território paranaense, portanto, a Covid-19 já foi responsável por um quantitativo de óbitos equivalente a mais de oito anos e meio de falecimentos por ataque cardíaco.
Dados gerais
Fonte: Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde
Malária
214 milhões de casos
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