Na véspera da sabatina na CCJ do Senado, jantar no Palácio da Alvorada foi ato de pressão política com uso de ritual religioso, quando o que está em jogo é a aprovação de um nome para ocupar um posto em um dos poderes da República, que é laica
247 - O jantar oferecido nesta terça-feira (30) por Jair Bolsonaro no Palácio da Alvorada para seu candidato ao Supremo Tribunal Federal, André Mendonça, foi uma exibição de força das lideranças evangélicas e um movimento de pressão sobre os senadores que vão sabatinar Mendonça nesta quarta-feira na Comissão de Constituição e Justiça.
O evento, programado para receber cerca de 40 convidados, acabou reunindo 10 ministros e outros 100 parlamentares e pastores evangélicos para prestigiar o indicado de Bolsonaro ao STF, informa a jornalista Malu Gaspar no Globo.
Boa parte dos religiosos presentes haviam passado o dia no Senado, percorrendo os gabinetes em campanha pelo ministro "terrivelmente evangélico".
Bolsonaro disse que o jantar, assim como a presença de seus principais ministros, servia para mostrar o "tamanho do empenho" do Planalto pela aprovação de Mendonça.
Além dos ministros evangélicos, como Damares Alves (Família e Direitos Humanos), Onyx Lorenzoni (Trabalho), Fabio Faria (Comunicações) e Milton Ribeiro (Educação), compareceram também não-evangélicos, como Paulo Guedes (Economia), Flávia Arruda (Secretaria de Governo), Ciro Nogueira (Casa Civil), Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional), Wagner Rosário (CGU) e Anderson Torres (Justiça).
Pastores rezaram e cantaram o hino "Grandioso és tu" ao piano do Alvorada. A pressão por Mendonça, porém, não se encerrou com o jantar. Está marcado para 8h desta quarta-feira um culto da Frente Parlamentar Evangélica no Congresso com show da cantora gospel Aline Barros. A sabatina de Mendonça na CCJ começa às 9h.
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