Vitória no Chile consolida um novo eixo progressista na América Latina, que agora espera pela eleição brasileira
247 - Com apenas 35 anos de idade, Gabriel Boric, da coalizão Apruebo Dignidad, foi eleito neste domingo presidente do Chile. Às 22h30, com 99,94% dos votos apurados, ele havia recebido 4.618.480 votos, 55,87%. O candidato da extrema direita, José Antonio Kast, teve 3.648.394, 44,13% dos votos e logo às 19h30 reconheceu a derrota.
A vitória foi um alívio e celebrada intensamente por toda a esquerda latino-americana, depois que o candidato de extrema direita terminou o primeiro turno em primeiro lugar. Com ela, o Chile incorpora-se ao novo eixo de governos progressistas da região, com Argentina, Bolívia, Peru e México. Todos esperam agora pela vitória de Luiz Inácio Lula da Silva em 2022 para que o Brasil assuma a liderança da luta democrática e progressista na região e no mundo.
O ex-chanceler do Brasil nos dois governos Lula, embaixador Celso Amorim, resumiu a emoção alegre que tomou conta dos democratas e progressistas de toda a América Latina: “Para a minha geração, que presenciou o golpe no Brasil e colocou suas esperanças em Salvador Allende, é emocionante ver um jovem progressista chegar ao poder e também barrar o avanço da extrema direita"A trajetória do jovem Boric é impressionante, fulminante: em 2011 foi eleito presidente da Federação dos Estudantes da Universidade do Chile (o equivalente a um Diretório Central de Estudantes, DCE, no Brasil). Em 2014, elegeu-se deputado federal e, agora, presidente.
A coalizão Apruebo Dignidad reúne um conjunto de partidos e movimentos de esquerda e centro-esquerda reunidos na Frente Ampla, o Partido Comunista e, no segundo turno do pleito, teve apoio do Partido Socialista do Chile. Participam da Frente Ampla, formada em 2017: Revolução Democrática, Movimento Autonomista, Partido Humanista, Nova Democracia, Esquerda Autónoma, Poder Cidadão, Esquerda Libertária, Partido Ecologista Verde, Partido Igualdade, Partido Libera e o Partido Pirata do Chile.
Boric é resultado de uma mobilização popular sem precedentes no Chile e uma das mais expressivas da história da região e que, antes de levá-lo à Presidência, resultou na Assembleia Constituinte, presidida pela líder indígena mapuche Elisa Loncón. Sob a liderança de ambos, o Chile poderá enterrar de vez todo o entulho da ditadura Pinochet que ainda assombra o país.
Em breve, será possível ver juntos o novo e jovem presidente chileno ao lado de Alberto Fernández, Cristina Kirchner, Luis Arce, Evo Morales, Pedro Castillo, López Obrador e, claro, Pepe Mujica.
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