segunda-feira, 20 de dezembro de 2021

Aos 35 anos, Gabriel Boric é presidente do Chile em mais uma virada da esquerda na América Latina

 Vitória no Chile consolida um novo eixo progressista na América Latina, que agora espera pela eleição brasileira

Gabriel Boric, presidente eleito do Chile (Foto: Reprodução)

247 - Com apenas 35 anos de idade, Gabriel Boric, da coalizão Apruebo Dignidad, foi eleito neste domingo presidente do Chile. Às 22h30, com 99,94% dos votos apurados, ele havia recebido 4.618.480 votos, 55,87%. O candidato da extrema direita, José Antonio Kast, teve 3.648.394, 44,13% dos votos e logo às 19h30 reconheceu a derrota.

A vitória foi um alívio e celebrada intensamente por toda a esquerda latino-americana, depois que o candidato de extrema direita terminou o primeiro turno em primeiro lugar. Com ela, o Chile incorpora-se ao novo eixo de governos progressistas da região, com Argentina, Bolívia, Peru e México. Todos esperam agora pela vitória de Luiz Inácio Lula da Silva em 2022 para que o Brasil assuma a liderança da luta democrática e progressista na região e no mundo. 

O ex-chanceler do Brasil nos dois governos Lula, embaixador Celso Amorim, resumiu a emoção alegre que tomou conta dos democratas e progressistas de toda a América Latina: “Para a minha geração, que presenciou o golpe no Brasil e colocou suas esperanças em Salvador Allende, é emocionante ver um jovem progressista chegar ao poder e também barrar o avanço da extrema direita"A trajetória do jovem Boric é impressionante, fulminante: em 2011 foi eleito presidente da Federação dos Estudantes da Universidade do Chile (o equivalente a um Diretório Central de Estudantes, DCE, no Brasil). Em 2014, elegeu-se deputado federal e, agora, presidente. 

A coalizão Apruebo Dignidad reúne um conjunto de partidos e movimentos de esquerda e centro-esquerda reunidos na Frente Ampla, o Partido Comunista e, no segundo turno do pleito, teve apoio do Partido Socialista do Chile. Participam da Frente Ampla, formada em 2017: Revolução Democrática, Movimento Autonomista, Partido Humanista, Nova Democracia, Esquerda Autónoma, Poder Cidadão, Esquerda Libertária, Partido Ecologista Verde, Partido Igualdade, Partido Libera e o Partido Pirata do Chile.

Boric é resultado de uma mobilização popular sem precedentes no Chile e uma das mais expressivas da história da região e que, antes de levá-lo à Presidência, resultou na Assembleia Constituinte, presidida pela líder indígena mapuche Elisa Loncón. Sob a liderança de ambos, o Chile poderá enterrar de vez todo o entulho da ditadura Pinochet que ainda assombra o país. 

Em breve, será possível ver juntos o novo e jovem presidente chileno ao lado de Alberto Fernández, Cristina Kirchner, Luis Arce, Evo Morales, Pedro Castillo, López Obrador e, claro, Pepe Mujica.

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