quarta-feira, 17 de novembro de 2021

Mourão: orçamento secreto é "manobra" que beneficia quem apoia o governo

 "Onde está a impessoalidade nisso aí? Onde está a publicidade? Porque você não sabe onde está indo esse recurso... E, principalmente, a eficiência do gasto", acrescentou o vice-presidente sobre o orçamento secreto, usado pelo governo Jair Bolsonaro para a compra de apoio no Congresso

Vice-presidente Hamilton Mourão e a Câmara dos Deputados (Foto: Agência Brasil)

247 - O vice-presidente da República, Hamilton Mourão (PRTB), afirmou nesta quarta-feira (17), ao portal Uol, que o orçamento secreto é uma "manobra", para beneficiar "aqueles que apoiam o governo" de Jair Bolsonaro. De acordo com o general, o orçamento secreto "foge dos princípios, vamos dizer, da administração pública". 

"Onde está a impessoalidade nisso aí? Onde está a publicidade? Porque você não sabe onde está indo esse recurso... E, principalmente, a eficiência do gasto. O gasto público tem que ser eficiente, tem que atender a um projeto, uma necessidade e tem que ser feito dentro de parâmetros", complementou o general às jornalistas Carla Araújo e Fabíola Cidral.

O governo Jair Bolsonaro usa o orçamento secreto para comprar apoio de parlamentares. O vice-presidente destacou que a gestão passou "mais de dois anos para conseguir ter uma base dentro do Congresso". 

"(...) É nítido que o nosso governo, nós passamos mais de 2 anos para conseguir ter uma base dentro do Congresso. O presidente, no começo, optou por aquela questão das bancadas temáticas e aquilo se revelou totalmente improducente... Porque a bancada temática tem gente dos mais variados partidos. A dificuldade em conseguir compor e colocar dentro do governo o partido A, B ou C, de modo que tivesse apoio mais explícito, e terminou, na minha visão, que fomos negociar com o Congresso em uma situação de desvantagem", disse.

A ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Rosa Weber suspendeu, no início do mês, os pagamentos do governo feitos por meio do orçamento secreto até que o plenário da Corte se manifeste sobre o tema.

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