sexta-feira, 26 de novembro de 2021

Embaixador alemão critica mentiras do governo Bolsonaro sobre desmatamento na Amazônia

 "O desmatamento existe, e é alto. Um crescimento de 22% é significativo. E, antes da publicação, nós ouvimos que haveria uma queda de 5%. E nós acreditamos nisso", diz Heiko Thoms


(Foto: Bruno Kelly/Amazônia Real | Reprodução)

247 – A nova coalizão do governo alemão, liderada pelo social-democrata Olaf Scholz, e integrada pelos verdes, critica duramente a permissividade do governo de Jair Bolsonaro em relação ao desmatamento na Amazônia – o que pode levar ao embargo de produtos brasileiros. Uma das consequências da mudança de governo será o aumento das pressões sobre o Brasil para que o desmatamento tenha fim, segundo aponta reportagem publicada nesta sexta-feira pelo jornal O Globo.

Segundo o embaixador Heiko Thoms, a questão ambiental terá cada vez mais peso na relação com o Brasil. "O governo anterior já se interessava bastante por essa questão, mas o novo governo vai se interessar ainda mais, porque nós temos agora o partido Os Verdes, os social-democratas e os liberais, que têm uma forte agenda verde. Existe um consenso na Alemanha e é importante compreender que esses temas não são da esquerda ou de uma direção política em especial, mas sim de todos os partidos, à exceção da extrema direita", disse ele, em entrevista ao jornal.

O embaixador criticou as mentiras contadas pelo governo Bolsonaro sobre o desmatamento na Amazônia. "O desmatamento existe, e é alto. Um crescimento de 22% é significativo. E, antes da publicação, nós ouvimos — não oficialmente, mas falamos muito com os especialistas do governo — que haveria uma queda de 5%. E nós acreditamos nisso. E, de repente, ficamos sabendo que houve um crescimento de 22%. Essa foi uma grande surpresa negativa", afirmou. "Nós temos os fatos, e os fatos são sempre muito importantes, mas as percepções políticas também são importantes. E, em nossa opinião, um grupo relativamente pequeno de pessoas que desmatam prejudica os interesses dos outros produtores no Brasil. E nós queremos trabalhar com os atores brasileiros sérios, com o governo, com os estados, para remover esse obstáculo."

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