Maiores altas foram registradas em Vitória (6%), Florianópolis (5,71%), Rio de Janeiro (4,79%) e Curitiba (4,75%)
O custo médio da cesta básica de alimentos aumentou
em 16 das 17 capitais pesquisadas pelo Departamento Intersindical de
Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) em outubro. Só houve uma ligeira
redução percentual em Recife (-0,85%), segundo consta na Pesquisa Nacional da
Cesta Básica de Alimentos.
As maiores altas foram registradas em Vitória (6%),
Florianópolis (5,71%), Rio de Janeiro (4,79%), Curitiba (4,75%) e Brasília
(4,28%).
Em valores absolutos, a cesta mais cara foi a de Florianópolis
(R$ 700,69), seguida pelas de São Paulo (R$ 693,79), Porto Alegre (R$ 691,08) e
Rio de Janeiro (R$ 673,85). Entre as capitais do Norte e Nordeste, onde a
composição da cesta tem algumas diferenças em relação às demais cidades,
Aracaju (R$ 464,17), Recife (R$ 485,26) e Salvador (R$ 487,59) registraram os menores
custos.
Ao comparar outubro de 2020 e outubro de 2021, o preço do
conjunto de alimentos básicos subiu em todas as capitais que fazem parte do
levantamento. Os maiores percentuais foram observados em Brasília (31,65%),
Campo Grande (25,62%), Curitiba (22,79%) e Vitória (21,37%).
Entre janeiro e outubro, todas as capitais acumularam alta, com
taxas entre que variam de 1,78%, em Salvador, até 18,42% em Curitiba.
Com base na cesta mais cara aferida em outubro, que foi a de
Florianópolis, o Dieese estima que o salário mínimo necessário deveria ser
equivalente a R$ 5.886,50, o que equivale a 5,35 vezes o valor do piso atual,
de R$ 1.100.
O cálculo é feito levando em consideração uma família de quatro
pessoas, com dois adultos e duas crianças. Já em setembro, o valor do mínimo
necessário deveria ter sido de R$ 5.657,66, ou 5,14 vezes o piso em vigor.
O tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta, em
outubro, ficou em 118 horas e 45 minutos (média entre as 17 capitais), maior do
que em setembro, quando foi de 115 horas e 02 minutos.
Na capital do país, que acumula a maior alta da cesta básica nos
últimos 12 meses, o valor médio do produto está atualmente
em R$ 644,09, o sétimo mais caro entre as maiores cidades brasileiras.
Principais produtos
Entre os itens que compõem a cesta, a batata, pesquisada nas
capitais do Centro-Sul, apresentou alta nas 10 cidades e as taxas oscilaram
entre 15,51%, em Brasília, e 33,78%, em Florianópolis. A chuva causou
dificuldade na colheita e reduziu a oferta, o que elevou o patamar de preços no
varejo, destacou o Dieese.
O preço do quilo do café em pó subiu em 16 capitais, com
destaque para as variações de Vitória (10,14%), Rio de Janeiro (10,06%), Campo
Grande (9,81%) e Curitiba. Também neste caso, a geada do final de julho e a
estiagem prolongada comprometeram a oferta do grão, o que levou à alta do preço
no varejo. Houve ainda influência da baixa oferta global de café e das elevadas
cotações externas.
O quilo do tomate registrou aumento de preço em 16 capitais. As
maiores altas foram observadas em Vitória (55,54%), João Pessoa (44,83%), Natal
(42,16%), Brasília (40,16%) e Campo Grande (32,69%). O motivo teria sido
maturação lenta do fruto, que reduziu a oferta e elevou os preços no mercado.
O óleo de soja registrou alta em 13 das 17 capitais, entre
setembro e outubro. Os maiores aumentos ocorreram em Vitória (3,22%), Brasília
(2,40%), Campo Grande (2,16%), Rio de Janeiro (1,81%) e São Paulo (1,76%). As
retrações mais importantes foram as de Natal (-0,90%) e Aracaju (-0,49%). De
acordo com o Dieese, o crescente volume exportado e a valorização do preço do
petróleo, que elevou a procura pelo biodiesel (cujo insumo é o óleo de soja),
reduziram a oferta e contribuíram para o aumento dos preços.
Feijão
O preço do feijão recuou em 11 capitais. O tipo carioquinha,
pesquisado no Norte, Nordeste, Centro-Oeste, em Belo Horizonte e São Paulo,
registrou queda em nove capitais, como em Fortaleza (-2,73%). As altas
ocorreram em Belém (1,46%), Campo Grande (0,83%) e Salvador (0,54%).
Já o custo do feijão preto, pesquisado nas capitais do Sul, em
Vitória e no Rio de Janeiro, diminuiu em Porto Alegre (-1,33%) e Curitiba
(-1,00%) e aumentou em Vitória (1,14%), Rio de Janeiro (0,73%) e Florianópolis
(0,36%). A queda da demanda, devido aos altos patamares de preço, influenciou a
redução de valores no varejo, segundo o levantamento.
Carne
Já a carne bovina de primeira teve o preço reduzido em nove
capitais. O motivo principal foi a queda na exportação, provocada pela sanção
da China à carne brasileira. As capitais onde o preço do produto mais caiu foram
Vitória (-1,17%) e Goiânia (-0,76%). As altas mais importantes ocorreram em
Florianópolis (3,65%), Rio de Janeiro (2,28%) e Curitiba (1,32%).
Fonte: Brasil de Fato
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