sábado, 20 de novembro de 2021

Cristina Serra denuncia "crime contra o Enem" e diz que Bolsonaro quer excluir jovens das universidades

 A jornalista Cristina Serra ressalta que o governo federal “tem se esmerado em tornar cada vez mais difícil de alcançar” o sonho de milhões de jovens brasileiros de conseguir uma vaga no ensino superior

Jair Bolsonaro (Foto: Alan Santos/PR | Shutterstock)

247 - A jornalista Cristina Serra, em artigo na Folha de S.Paulo, disse que a ingerência de governo Jair Bolsonaro no Enem é um “crime” e que a crise no Inep, órgão responsável pela elaboração da provas, “fomenta desconfianças e cria um ambiente de incertezas para os estudantes, sobretudo aqueles já tão sacrificados pelo aprofundamento de desigualdades em dois anos de pandemia e aulas remotas”.

Ela ressalta que o governo federal “tem se esmerado em tornar cada vez mais difícil de alcançar” o sonho de milhões de jovens brasileiros de conseguir uma vaga no ensino superior.

A jornalista lembrou do pedido de exoneração de 37 servidores do Inep, das “denúncias de assédio moral e de censura ideológica” e da “quase confissão de um crime, quando Bolsonaro disse que a prova começa a ter ‘a cara do governo’”. E ressaltou: “o que acontece com o Enem não é um acidente isolado”.

De acordo com Serra, tudo isso “faz parte de um projeto de demolição de esperanças, claramente expresso pelo ministro da Educação, Milton Ribeiro: ‘Universidade, na verdade, deveria ser para poucos. Entre esses poucos não está o filho do porteiro, completaria Paulo Guedes”.

A colunista denunciou que, por conta deste projeto para excluir os jovens das universidades, “o bolsonarismo trata de dilapidar” políticas como o Enem, o Prouni, o Sisu, o Fies e as cotas, que, segundo ela, “permitem uma seleção mais justa para as vagas e dão aos alunos condições para que possam concluir sua graduação”.

“O crime contra a educação extrapola o Enem. Reportagem de Thais Carrança, na BBC Brasil, mostra uma realidade dilacerante em escolas do ensino básico de bairros pobres. Segundo os professores, cada vez mais crianças estão desmaiando de fome na sala de aula”, destacou. 

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