Criado há quase meio século para expandir o acesso à vacinação no Brasil, o PNI (Programa Nacional de Imunizações), do Ministério da Saúde, está há praticamente quatro meses sem chefia
247 - Criado há quase meio século para expandir o acesso à vacinação no Brasil, o PNI (Programa Nacional de Imunizações), do Ministério da Saúde, está há praticamente quatro meses sem chefia. O vácuo de comando no órgão, que não tem um titular desde o dia 7 de julho, ocorre não apenas durante a pandemia de covid-19, mas em um momento de queda das coberturas vacinais no país ao nível da década de 1980. A reportagem é de Rafael Neves, no portal UOL.
Especialistas ouvidos consideram que a demora em nomear um novo coordenador mostra falta de preocupação do governo e que é urgente resolver o problema.
As taxas de vacinação de doenças como meningite, hepatite B e paralisia infantil, que estavam próximas de 100% até 2015, caíram para menos de 80% no ano passado. Para os infectologistas, o risco de ressurgimento de doenças é real.
"Eu não tenho muita dúvida de que essa demora na nomeação atrapalha, porque você vê que isso não é prioridade para as autoridades. Se fosse prioridade, a pessoa sairia do cargo num dia e já se começaria a buscar novos nomes. A gente não vê isso", afirma Rosana Richtmann, coordenadora do Comitê de Imunizações da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia).
A última titular do PNI, a servidora Francieli Fantinato, estava na função desde outubro de 2019. Em julho passado, no entanto, ela decidiu deixar o cargo devido à politização em torno das vacinas. Fantinato falou sobre sua saída em depoimento à CPI da Covid, ocasião em que afirmou aos senadores que viu falhas do governo na campanha de imunização contra a covid.
Com a saída dela, o cargo foi ocupado provisoriamente por uma assessora técnica. Só depois de três meses, no dia 6 de outubro, um novo coordenador foi nomeado: era o pediatra Ricardo Queiroz Gurgel, professor da UFS (Universidade Federal de Sergipe).
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