terça-feira, 16 de novembro de 2021

Anvisa diz que não foi consultada pela Saúde sobre 3ª dose em adultos

 Segundo a Anvisa, a aplicação da dose de reforço ou adicional anunciada pelo Ministério da Saúde não poderá ser iniciada até que as fabricantes dos imunizantes enviem dados para a Agência e que a Anvisa aprove a aplicação da dose de reforço

(Foto: ABr)

247 - A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) afirmou nesta terça-feira (16) que não foi consultada sobre a ampliação da dose de reforço para todas as pessoas maiores de 18 anos. O anúncio foi feito mais cedo pelo da Saúde, Marcelo Queiroga. 

Segundo a Anvisa, órgão responsável por aprovar as vacinas no país, a aplicação da dose de reforço ou adicional anunciada pelo Ministério da Saúde não poderá ser iniciada até que as fabricantes dos imunizantes enviem dados para a Agência e que a Anvisa aprove a aplicação da dose de reforço. Até o momento, apenas a Pfizer solicitou a mudança no esquema vacinal previsto na bula no Brasil.


Leia também reportagem da agência Reuters sobre o assunto:

BRASÍLIA (Reuters) - O Ministério da Saúde anunciou nesta terça-feira a ampliação da aplicação de uma dose de reforço de uma vacina contra Covid-19 para todas as pessoas maiores de 18 anos e encurtou o intervalo de aplicação para cinco meses após o recebimento da segunda dose.

O ministério definiu, ainda, que pessoas imunizadas com a vacina da Janssen, inicialmente de dose única, terão que receber uma segunda dose, dois meses após a primeira. Só depois disso também terão direito a uma dose de reforço, cinco meses após completarem o mesmo ciclo.

De acordo com o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, a partir de agora todos os maiores de 18 anos poderão procurar os postos de saúde para aplicação da terceira dose quando se completar cinco meses da aplicação da segunda vacina. Até agora, o planejamento do ministério incluía apenas maiores de 60 anos, pessoas com problemas de imunidade e profissionais de saúde.

"Temos que avançar mais para que não aconteça aqui o que está acontecendo em alguns países da Europa", disse Queiroga.

Diversos países europeus, como Alemanha, Holanda, Áustria e Reino Unido, começam a analisar novas medidas de restrição diante da alta de novos casos de Covid-19.

De acordo com dados do ministério, o Brasil já tem 61% da população totalmente vacinada, ultrapassando, segundo o site Our World in Data, os Estados Unidos, sendo que cerca de 75% da população recebeu pelo menos uma dose.

O governo garante que tem doses suficientes para aplicação de terceira dose e, inclusive, de uma quarta dose em maiores de 60 anos, quando necessário. A conta é que existe uma sobra de 134 milhões de vacinas de 2021, que já começarão a ser usadas para o reforço. Além disso, dois novos contratos, um de 100 milhões de doses com a Pfizer, e um de 140 milhões de doses com a Fundação Osvaldo Cruz e Astrazeneca, serão suficientes para cobrir a necessidade dos reforços.

Os dados do ministério apontam para 103,2 milhões de pessoas aptas a tomar a dose de reforço e que passam a ser incluídas agora. No mês de novembro devem ser atendidas 12,4 milhões.

A previsão inicial é que a maior parte da população já tenha recebido o reforço até maio de 2022, com um restante --daqueles que têm a segunda dose em atraso-- sendo atendidas entre maio e junho.

O ministro não incluiu nessa conta a possibilidade de aprovação da vacina da Pfizer para crianças de 5 a 11 anos, que está em análise pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária --em que é usada uma dose menor, em embalagem diferente-- e nem a dose de reforço para adolescentes de 12 a 18 anos. Segundo Queiroga, ainda não há estudos sobre reforço para essa faixa etária.

O planejamento do ministério é que a dose de reforço seja preferencialmente dada com uma vacina diferente da que a pessoa tomou no primeiro ciclo vacinal -na maior parte dos casos, será usada Pfizer.

Queiroga explicou que, no caso de pessoas que tomaram duas doses da Pfizer, ainda não há definição de qual seria a vacina aplicada no reforço. "Como a Pfizer começou a ser aplicada mais tarde no país, temos um tempo aí para terminar os estudos e definir o que deve ser feito", disse o ministro.

CAMPANHA PARA ATRASADOS

Diante do fato de que mais de 20 milhões de pessoas não voltaram aos postos para tomar a segunda dose das vacinas, o ministério decidiu lançar, na próxima semana, uma campanha nacional para tentar levar essas pessoas aos postos de saúde.

Os dados do ministério mostram que mais da metade dessas pessoas, cerca de 11 milhões, tem entre 20 e 40 anos, o que levou os técnicos da pasta a concluir que a dificuldade de acesso aos postos de Saúde, por conta do trabalho, pode ter um papel nesse atraso.

Além de uma campanha publicitária, em acordo com Estados e municípios, na semana que vem os locais de vacinação ficarão abertos até mais tarde e funcionarão também nos finais de semana, para tentar levar as pessoas a se vacinar.

Além disso, Estados e municípios poderão fazer mutirões, feiras e outras estratégias para tentar atrair essa população.

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