"É vedado o investimento em bens cujo valor ou cotação possa ser afetado por decisão ou política governamental", diz o Código de Conduta da Administração Federal. As duas autoridades violaram também a Lei 12.813, que trata do conflito de interesses
247 - Não adianta Paulo Guedes, ministro da Economia, e Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, enfiarem a mão no bolso, a assoviar e a olhar para o outro lado. Ficaram em situação delicada, escreve o jornalista Reinaldo Azevedo no UOL.
Guedes tem uma offshore nas Ilhas Virgens Britânicas, em sociedade com a mulher e a filha. Lá estavam investidos, em 2015, US$ 9,5 milhões (R$ 51 milhões em valores atuais). Campos Netto divide com a mulher quatro empresas: duas no Panamá e duas nas Bahamas. Tanto o território britânico como os dois países são notórios paraísos fiscais. Ter dinheiro em offshore é crime? Não. Todo mundo pode ter a sua. A resposta é "não"! A posição da dupla é sustentável?? A resposta também é "não". As coisas podem ficar como estão? Mais uma vez, é preciso dizer "não"! O clichê serve à perfeição: "À mulher de César não basta ser honesta; é preciso parecer honesta".
"Existe um Código de Conduta da Administração Federal, aprovado em 2000. O Parágrafo 1º do Artigo 5º, acrescido ao texto em 2001, é explícito":
'É vedado o investimento em bens cujo valor ou cotação possa ser afetado por decisão ou política governamental a respeito da qual a autoridade pública tenha informações privilegiadas, em razão do cargo ou função, inclusive investimentos de renda variável ou em commodities, contratos futuros e moedas para fim especulativo, excetuadas aplicações em modalidades de investimento que a CEP venha a especificar.'
"Guedes e Campos Neto digam o que quiserem, o fato é que eles se enquadram precisamente na situação acima especificada".
"Há ainda a Lei 12.813, que trata do conflito de interesses", também violada segundo o jornalista.
Nenhum comentário:
Postar um comentário