O sociólogo e presidente do Instituto Vox Populi afirmou, em entrevista à TV 247, que o Auxílio Brasil tem caráter puramente eleitoreiro, diferentemente dos benefícios que eram oferecidos durante os governos petistas. Assista
247 - O sociólogo Marcos Coimbra, presidente do Instituto Vox Populi, criticou, em entrevista à TV 247, o anúncio do Auxílio Brasil, que, segundo ele, busca somente reeleger Jair Bolsonaro. Contudo, mesmo após os benefícios serem pagos, a população não será convencida de que o governo realmente se importa com ela, prevê o sociólogo.
O alto investimento no auxílio emergencial não foi suficiente para ampliar as intenções de voto de Bolsonaro no passado. Nas pesquisas divulgadas no início deste ano, Bolsonaro registrava metade dos votos projetados para o ex-presidente Lula, lembrou o sociólogo.
“Então, 400 bilhões de reais aplicados ao longo de 2020 colocaram o Bolsonaro nesse lugar. Metade da intenção de votos do Lula e o pior desempenho de um presidente em período comparável. Em outras palavras, estou tentado a dizer que não adiantou em nada para ele”, afirmou Coimbra.
Segundo ele, o Bolsa Família, iniciado pelo governo Lula, jamais possuiu algum caráter eleitoreiro. “Ao contrário de Lula primeiro e Dilma depois, para quem o Bolsa Família não era um truque para melhorar a popularidade. Essa manchete nunca saiu na imprensa brasileira ou mundial durante os 14 anos em que Lula e Dilma estiveram à frente da presidência da República. Porque? Por que não era verdade. Eles nunca fizeram Bolsa Família para melhorar nas pesquisas, para ver se fica popular. Portanto, estamos num cenário completamente diferente: gasta muito, o resultado é ruim, considerando o que ele queria. Ele fez isso, e está querendo fazer de novo, para melhorar nas pesquisas”, avaliou o sociólogo, em referência à matéria ‘Bolsonaro prepara auxílio emergencial de R$ 400 para tentar reverter desvantagem nas pesquisas’, no portal Brasil 247.
“A maioria das pessoas percebe”
O presidente do Vox Populi afirmou que a população sabe diferenciar entre ações genuínas de apoio e aquelas que visam o benefício de políticos, especialmente considerando o tradicional desdém pelos pobres expressado pelo atual governo:
“É uma coisa tão escancarada que é um governo com baixíssimo interesse real na vida das pessoas e nas dificuldades que elas passam. Esse ministro da Fazenda não cansa de dar declarações que expressam o que ele e a turma do governo Bolsonaro pensam. Estão pouco se lixando. Se tivesse dependido deles no ano passado, o auxílio ia ser de 150 reais, e olhe lá. A falta de compromisso efetivo com bem-estar, qualidade de vida, direitos humanos, direitos sociais das pessoas pobres é óbvia”.
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