quarta-feira, 13 de outubro de 2021

Cinegrafista da Globonews é agredido por bolsonarista durante evento em Aparecida

 “Se eu pudesse, matava vocês”, disse o agressor à equipe e, diante de policiais militares, se aproximou de Leandro Matozo e deu uma cabeçada em seu rosto. Ele sequer foi levado à delegacia

Leandro Matozo, cinegrafista da Globonews agredido em Aparecida (Foto: Twitter/Victor Ferreira)

247 - O cinegrafista Leandro Matozo, da Globonews, foi agredido por um apoiador de Jair Bolsonaro enquanto cobria o evento religioso no Santuário de Nossa Senhora Aparecida, no interior de São Paulo, na tarde desta terça-feira (12). Ele estava acompanhado do repórter Victor Ferreira, da emissora.

“Se eu pudesse, matava vocês”, disse o agressor à equipe e, diante de policiais militares que faziam a segurança no local, se aproximou de Matozo e deu uma cabeçada em seu rosto. Segundo informações do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, o repórter cinematográfico teve sangramento no nariz, mas passa bem.


Ainda de acordo com o Sindicato, os policiais presentes sequer levaram o agressor para a delegacia. “Os policiais militares conduziram o agressor e os jornalistas até uma companhia da PM e registraram apenas uma Notificação de Ocorrência. Não quiseram levar o agressor para a delegacia, apesar do flagrante do ato. E ainda levaram o agressor de volta ao santuário em uma viatura”, diz comunicado divulgado no Twitter da entidade.

Victor Ferreira também relatou o episódio em sua conta no Twitter por volta de 21h. “Registramos uma ocorrência na PM, que não quis conduzir o agressor para a delegacia para não “prender a viatura” no DP, alegando uma tal resolução 150. O agressor foi liberado antes mesmo que nós e ainda pegou carona no carro da PM para voltar ao santuário”.

“O Leandro Matozo está bem. Já estamos tomando as medidas cabíveis. O mais triste é saber que o agressor é um professor de educação básica de uma escola estadual de Mogi das Cruzes. ‘Escola Sem Partido’, vão dizer por aí”, escreveu ainda o repórter.

O Sindicato dos Jornalistas afirma que “a agressão é um ato de ataque à liberdade de imprensa” e “exige da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo e do governo de João Doria que esta agressão não seja relativizada ou negligenciada para que, desta forma, o agressor responda judicialmente na medida de seus atos”.

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