sexta-feira, 8 de outubro de 2021

Após 600 mil mortos, 'o negacionismo continua lá no governo federal', diz professora de Harvard

 O Brasil alcançou nesta sexta-feira a marca de 600 mil mortes por Covid-19. A demógrafa e professora da Universidade Harvard Márcia Castro diz que "a gente voltou atrás mais de 100 anos e não fez o que tinha que ter sido feito"

Márcia Castro (Foto: Divulgação | ABr)

247 - A demógrafa e professora da Universidade Harvard Márcia Castro, em entrevista ao jornal O Globo acerca das 600 mil mortes já registradas no Brasil em decorrência da Covid-19, afirmou que estudos técnicos já reúnem uma "coleção de evidências" e um "argumento muito forte" para julgar os responsáveis pela má condução da pandemia no país.

Autora do mais detalhado estudo feito sobre a dispersão do coronavírus no Brasil, Márcia culpa a "negação" do governo Jair Bolsonaro em relação à ciência. "A gente voltou atrás mais de 100 anos e não fez o que tinha que ter sido feito".

Apesar do trágico número de óbitos causados pelo coronavírus, a professora diz não ver nenhuma mudança na postura do governo. "Eu não acho que tenha mudado muita coisa no nível federal. A negação continua lá. A gente vê todo dia na CPI da Covid-19. Vimos isso na visita da comitiva do Brasil na Assembleia Geral das Nações Unidas aqui nos EUA. Não mudou, e eu não acho que vá mudar, porque o discurso foi assim desde o começo. É difícil entender por que pessoas no governo federal não se vacinaram, mas isso faz parte do discurso. Tomar a vacina seria uma forma de reconhecer que a Covid-19 não é só uma gripezinha".

"Eu esperava que pelo menos a gente pudesse ter alguma reação no Ministério da Saúde, mas infelizmente a liderança que a gente tem ali não dá respostas com ciência, como a gente viu no passado", completou.

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