Empresa não diz que sua política de preços foi alterada após o golpe de estado de 2016
247 – Incapaz de mexer na sua política de preços, que foi alterada após o golpe de estado de 2016 para sugar a renda do petróleo e transferir para acionistas privados, a Petrobrás decidiu fazer uma campanha publicitária para tentar justificar a gasolina acima de R$ 7. Confira reportagem da Reuters:
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Petrobras iniciou nesta sexta-feira uma campanha de esclarecimento sobre o preço da gasolina, que em alguns postos do país já chega perto de 7 reais por litro.
Em vídeo, que inicialmente foi divulgado nos canais da empresa, mas virou peça publicitária, a Petrobras mostra que recebe apenas 2 reais do valor de venda nas bombas dos postos, conforme a Reuters antecipou com fontes.
A peça destaca o peso do imposto estadual, o ICMS, na formação do preço final da gasolina.
O valor do ICMS, segundo cálculos da companhia com base em um preço na bomba de 6 reais/litro, seria equivalente a 1,65 real por litro, em média, uma vez que o tributo varia entre os Estados.
O restante se refere ao valor do etanol anidro adicionado à gasolina, além de margens de distribuidoras e revendedores, e também por tributos federais como PIS/Cofins e Cide.
A divulgação acontece a poucos dias de atos pró e contra o governo programados para acontecer em 7 de setembro no país.
"Cide, PIS e Cofins incidem sobre a parte Petrobras. O ICMS sobre toda a cadeia tem um peso forte. Ele é de 1,65 (real/litro). Toda vez que o preço muda, muda também a arrecadação dos Estados, enquanto que os impostos federais incidem na base", afirmou uma fonte da empresa à Reuters.
"É uma campanha de esclarecimento", adicionou outra fonte.
A questão do impacto no ICMS é uma bandeira do presidente Jair Bolsonaro, que em geral atribui aos Estados parte do aumento dos combustíveis.
Um projeto de lei para mudar o ICMS sobre combustíveis, estabelecendo um valor fixo nos Estados, chegou a ser enviado ao Congresso.
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