"Está achando que o cara [Aras] vai matar isso no peito [engavetar] e vai dizer: 'Não, espera aí, eu mato isso no peito e vou resolver'?", afirmou o presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz (PSD-AM)
247 - O presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz (PSD-AM), disse acreditar que o relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito será robusto o suficiente para não ser engavetado pelo procurador-geral da República, Augusto Aras, próximo a Jair Bolsonaro e indicado por ele sem estar na lista tríplice do Ministério Público Federal (MPF).
"Está achando que o cara [Aras] vai matar isso no peito [engavetar] e vai dizer: 'Não, espera aí, eu mato isso no peito e vou resolver'? Não é assim, não", disse o parlamentar em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo.
O senador destacou que houve prevaricação de Bolsonaro. "E aí o presidente entra quando é alertado pelo [deputado] Luís Miranda, ele não toma providência", disse.
Segundo o parlamentar, há "indícios fortíssimos" de que houve busca de vantagens na negociação de vacinas.
"Se vocês analisarem desde aquele primeiro momento, sempre a primeira pergunta era se a CPI iria dar em pizza. Eu dizia: 'Olha, sou filho de italiano com árabe, não vai dar nem em pizza nem em kibe ou esfiha. Nós vamos fazer justiça. E a justiça que queremos primeiro é a vacina no braço de cada brasileiro, duas doses'", disse.
"A segunda é que, antes da justiça divina, que pague com a justiça dos homens aqueles que são responsáveis pelas mortes que ocorreram no Brasil, principalmente no estado do Amazonas", acrescentou.
Questionado sobre quais são as irregularidades do governo no combate à pandemia, Aziz foi taxativo: "crime contra a vida, que é a questão do tratamento precoce propagado". "Isso levou a óbito muitas pessoas", disse.
"Crime sanitário, omissão do governo, e aí não é só em relação ao governo federal, ao que aconteceu na cidade de Manaus, com a falta de oxigênio. Ao invés de se mandar oxigênio, mandou uma equipe para propagar o tratamento precoce. Indícios fortíssimos, e até agora não chega ao presidente Bolsonaro, no Ministério da Saúde de compra para tirar vantagem da vacina, principalmente da Covaxin".
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