sexta-feira, 24 de setembro de 2021

Dono da Prevent Senior diz que ficou eufórico quando achou que “tratamento precoce” reduziria internações

 Empresário da saúde concede sua primeira entrevista após a crise que pode destruir a empresa e aponta a essência do problema: o desejo de reduzir custos numa medicina privatizada

(Foto: Prevent Senior/Divulgação)

247 - O empresário Fernando Parrillo, proprietário da Prevent Senior, concedeu entrevista à Folha de S.Paulo, na qual comenta as acusações de que a empresa usou pacientes como cobaias e cometeu fraude em atestados de óbito, omitindo a causa de mortes.

A empresa se engajou na campanha do governo Bolsonaro em favor da aplicação do kit covid, com medicamentos ineficazes para o tratamento da doença. O empresário declara que a Prevent Senior fez um "acompanhamento observacional de pacientes", para testar o uso desses medicamentos. 

A empresa tinha a expectativa de, por razões econômicas, evitar internações com o uso de medicamentos como a hidroxicloroquina associada à azitromicina. A prática é condenada pela comunidade médica do país e do mundo. 

"Quando percebemos que o tratamento precoce evitava internações, ficamos eufóricos, dissemos: aqui tem uma esperança".

A esperança de que fala o empresário da operadora de plano de saúde era a de evitar gastos com internação de pacientes por meio da aplicação do chamado tratamento precoce. Os planos de saúde só são lucrativos se as pessoas pagam e não usam o sistema hospitalar. Quando chegou a pandemia, a Prevent Senior encontrou no kit covid o meio para ministrar apenas "tratamento ambulatorial". 

A estratégia empresarial se conjugou com a do governo Bolsonaro de não comprar vacinas e ao mesmo tempo manter a economia funcionando, fugindo à recomendação da comunidade médica internacional e nacional que consistia em promover o isolamento social para evitar o contágio em massa.  

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