Brasil registrou cerca de 1,93 milhão de pessoas a mais nessa condição entre abril e junho deste ano, em comparação ao mesmo período de 2020
247 - O Brasil registrou o número recorde de 7,543 milhões de trabalhadores subocupados ao longo do segundo trimestre. O dado, de acordo com um estudo da LCA Consultores divulgado pelo Valor Econômico, aponta para uma fragilidade do mercado de trabalho relacionado à pandemia e também para o início de uma reação, embora entre as ocupações de menor qualidade.
O alto número da mão de obra subocupada foi puxado principalmente pelo trabalho por conta própria e pelos trabalhadores domésticos sem carteira assinada. Estes grupos responderam por 70% das 1,93 milhão de pessoas a mais nessa condição entre abril e junho deste ano, em relação ao mesmo período do ano passado.
“Eles também são maioria (73%) dos 511 mil trabalhadores a mais nessa condição na passagem entre o primeiro e o segundo trimestre de 2021”, destaca a reportagem. O contingente de subocupados ocupa o mesmo espaço de mercado de outros 14,4 milhões de desempregados.
“O público de subocupados por insuficiência de horas é formado principalmente por trabalhadores informais. Com tantas vagas perdidas no mercado, as pessoas acabam aceitando trabalho com jornadas menores e até qualificação menor, já que precisam recompor renda, pagar as contas, especialmente com o avanço da inflação”, disse o economista responsável pelo estudo, Bruno Imaizumi.
Para João Saboia, professor emérito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), “a subocupação se dá principalmente no setor informal. E o aumento também acaba aparecendo principalmente entre os que já estão inseridos de forma mais precária no mercado, como informais e aqueles da região Nordeste, por exemplo”.
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