terça-feira, 28 de setembro de 2021

Barroso: ‘a falta de compostura de um chefe de Estado faz mal para o país’

 O ministro do STF Luís Roberto Barroso destacou o fato de Jair Bolsonaro destinar "ódio por toda parte" e também fez ponderações sobre o recuo dele em relação às ameaças golpistas

Luís Roberto Barroso (Foto: Reuters/Leonardo Benassatto)

247 - O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso afirmou que os protestos do dia 7 de setembro serviram para acabar com o golpismo no Brasil, mas, de acordo com o magistrado, "a falta de compostura de um chefe de Estado faz mal para todo o País". A entrevista foi concedida ao Amarelas On Air, programa de entrevistas de VEJA.

"Porque as pessoas começam a achar: ele é um líder, eleito com 58 milhões de votos, portanto, se ele usa um vocabulário chulo, se ele acha que pode ofender as pessoas, se ele acha que pode destilar ódio, muitas pessoas se impressionam com isso. E não por acaso a rede social tá inundada dessas pessoas desencontradas espiritualmente, devastadas pelo mal, destilando ódio por toda parte", complementou.

O magistrado afirmou torcer para que o recuo de Bolsonaro dias depois das manifestações "seja verdadeiro". Barroso citou a conversão de Constantino ao cristianismo no Império Romano, ao dizer que é preciso aguardar para ver se o recuo é real. "Ele (Constantino) se converteu ao cristianismo, mas continuou um perigoso sociopata. Matou o filho mais velho, decapitou o cunhado, ferveu a mulher. Portanto, é preciso esperar para ver se as conversões são realmente sinceras".

Durante os atos do 7 de setembro, Bolsonaro disse que não acataria decisões do ministro do STF Alexandre de Moraes. Dois dias depois, Bolsonaro soltou uma nota oficial dizendo que as ameaças foram consequência do "calor do momento"

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