Ação de solidariedade reforça reivindicação tradicional do Grito dos Excluídos contra a pobreza e serve de contraponto à fala reacionária do presidente sobre armamento
247 - A coordenação da Campanha #ForaBolsonaro, que reúne mais de 80 entidades e movimentos sociais e sindicais, e do Grito dos Excluídos arrecadará alimentos não-perecíveis durante o ato no Vale do Anhangabaú, previsto para o dia 7 de setembro, na cidade de São Paulo. A doação vai se juntar a outras 15 toneladas de legumes, verduras, arroz e feijão recolhidos diretamente de sindicatos e entidades organizadoras. Todos os alimentos serão distribuídos a comunidades carentes da periferia da capital paulista.
De acordo com o vice-presidente da Central Única dos Trabalhadores em São Paulo (CUT-SP), Luiz Cláudio, enquanto Jair Bolsonaro "diz que a prioridade para o povo é a aquisição de armas, nós reafirmamos justamente o contrário, ainda mais no dia em que nos mobilizamos no Grito dos Excluídos". "Nós precisamos de comida para matar a fome da população, que está sofrendo, e muito, com o desemprego e a falta de dinheiro", afirmou.
O coordenador da Frente Brasil Popular, Raimundo Bonfim, também criticou Bolsonaro. "O povo desempregado e sem renda precisa é de feijão, e não de fuzil", reforçou.
Membro da Frente Povo Sem Medo, Josué destacou que foram distribuídas "toneladas de alimentos, produtos de higiene, máscara e álcool". "Agora com a exorbitante alta do preço dos alimentos vamos fazer mais uma ação de solidariedade no dia 7 de setembro", disse.
Para a ação de solidariedade no Vale do Anhangabaú, haverá um espaço montado exclusivamente para receber as doações de alimentos não-perecíveis das pessoas que forem participar da manifestação.
Inflação, pobreza e fome
A alta das tarifas de energia, por exemplo, deve jogar a inflação no Brasil para 8,2% este ano, de acordo com o economista André Braz, coordenador dos Índices de Preços do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre). A XP Investimentos, previu que a inflação pode chegar a 7,7% em 2021. O centro da meta de inflação, em 2020, foi de 3,75%.
De acordo com o portal Uol, entre novembro de 2019 e janeiro de 2021, a pobreza aumentou em 23 estados e no Distrito Federal, apontou um estudo feito pelo economista e pesquisador da Fundação Getulio Vargas (FGV/Ibre) Daniel Duque.
No Brasil são 19 milhões de pessoas em situação de fome, conforme dados de 2020 da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Penssan).
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