As principais ações implementadas para garantir a inclusão dos surdos nas escolas são a disponibilização de intérpretes nas classes regulares, a oferta de sala de recursos multifuncionais no contraturno e a formação regular de professores em relação à Língua Brasileira de Sinais
No próximo domingo, 26 de setembro, celebra-se o Dia Nacional do Surdo. A data marca a fundação da primeira escola destinada à educação de surdos no Brasil, em 1857, e representa um importante momento de reflexão sobre a inclusão das pessoas com necessidades especiais na sociedade.
Cinco alunos surdos e dois com implantes cocleares encontram-se matriculados atualmente na rede municipal de ensino de Apucarana. Segundo a secretária da pasta, Marli Fernandes, eles recebem atendimento especializado por meio do Centro de Apoio Multiprofissional ao Escolar (CAME). “Nós temos a preocupação constante de assegurar a acessibilidade e a inserção das crianças surdas, de modo que elas participem de todos os projetos e atividades ofertados pela escola e possam desenvolver ao máximo as suas potencialidades intelectuais e competências socioemocionais,” disse.
A coordenadora do CAME, Léia Sofia Viale, acrescenta que os estudantes surdos são acompanhados por intérpretes nas classes regulares e também frequentam uma sala de recursos multifuncionais no contraturno escolar. “Além disso, nas unidades em que há surdos matriculados e anuência das famílias, nós ensinamos a Língua Brasileira de Sinais para todas as crianças. Afinal, para que a comunicação aconteça de maneira efetiva, tanto os surdos como ouvintes precisam dominar o código,” afirmou.
O prefeito Junior da Femac destaca que investir na formação dos docentes é fundamental para garantir a inclusão dos alunos com necessidades especiais na escola. “Graças a uma parceria firmada entre a Autarquia de Educação, o CAME, o Polo da UAB de Apucarana e a Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), nós ofertamos um curso completo de Libras aos professores da rede municipal de ensino desde 2019. Nas aulas, presenciais e a distância, eles aprendem sobre a identidade e a cultura surda, o alfabeto manual, as expressões corporais e faciais e a gramática da Língua Brasileira de Sinais,” detalhou o gestor.
A história do povo surdo é marcada por muita luta pelo reconhecimento dos seus direitos. Desde que o Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES) foi inaugurado no país em 1857, outras conquistas importantes foram alcançadas. As mais recentes foram a promulgação da Lei 10436/2002, que reconhece a Língua Brasileira de Sinais como língua natural dos surdos; a publicação do decreto 5626/2005, que tornou obrigatória a inserção da disciplina de Libras nos cursos superiores de licenciatura e fonoaudiologia; e a aprovação do Projeto de Lei 4909/2020, que trata da alteração da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) para contemplar a educação bilíngue de surdos como uma modalidade de ensino escolar.
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