“Peço desculpa ao Brasil porque o que eu cometi não agradou aos olhos de Deus”, disse, chorando, o reverendo Amilton Gomes, que tentou vender vacinas para o Ministério da Saúde. “O senhor chorou e se arrependeu do quê?”, perguntou o presidente da Comissão
247 - O reverendo Amilton Gomes, que presta depoimento à CPI da Covid nesta terça-feira (3) por ter negociado vacinas com o Ministério da Saúde, chorou após ser provocado pelo senador governista Marcos Rogério, que questionou se ele não estava arrependido de ter se envolvido com golpistas em esquema de vacinas.
“Peço desculpa ao Brasil porque o que eu cometi não agradou aos olhos de Deus, mas estou aqui para voltar e dizer que eu… quem me conhece sabe, na minha igreja eu tiro os meus sapatos para pessoas carentes que chegam lá”, disse o reverendo, chorando. “Esse erro que eu cometi foi um erro que, se eu pudesse voltar atrás, eu voltaria. Peço perdão a todos os senadores e deputados”, completou.
O reverendo se disse ativista em causa humanitária, responsável por uma ONG criada por ele, a Senah - Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários. Foi em nome dela que o líder religioso contatou o governo federal, mas sem explicar com quem tem acesso para ter apresentado representantes de empresas privadas que ofereciam vacinas que sequer existiam, como Luiz Paulo Dominghetti e Cristiano Carvalho, da Davati.
“O senhor chorou e se arrependeu do quê?”, indagou o presidente da CPI, Omar Aziz, após o choro. “Era tudo fanta laranja”, continuou, em referência aos representantes da Davati e ao próprio reverendo. “É tudo Fanta, você toma e não tem gosto de laranja, mas é Fanta”, explicou. “Essa história não dá para entender. Como é que o senhor foi recebido sem ter credencial alguma para isso? As suas credenciais não eram boas”.
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