"Seu imobilismo demonstra postura negacionista não apenas diante da ciência, mas diante da própria realidade. Acontece justamente quando a democracia brasileira sofre seu maior ataque desde a promulgação da Constituição de 1988", diz o editorial do jornal O Globo
247 - Em editorial publicada nesta quinta-feira (19), o jornal O Globo destaca que senadores ainda vão definir quando será a sabatina do procurador-geral da República, Augusto Aras, para deixá-lo ou não à frente da PGR, e afirma que "reconduzi-lo exigiria dele postura compatível com o cargo e atitudes condizentes com as exigências do momento".
"Seu imobilismo demonstra postura negacionista não apenas diante da ciência, mas diante da própria realidade. Acontece justamente quando a democracia brasileira sofre seu maior ataque desde a promulgação da Constituição de 1988, com bombardeios infundados quase diários do presidente. Os alvos são a lisura do processo eleitoral, integrantes do STF e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), sem falar em ministros de Estado defendendo abertamente a possibilidade de ruptura institucional", diz o jornal.
"A omissão de Aras é falha tão grave que despertou reação de ministros do STF. Ele foi cobrado por Alexandre de Moraes, Dias Toffoli, Rosa Weber e Cármen Lúcia. Um grupo de 27 subprocuradores-gerais tornou público manifesto convocando Aras a agir. Até agora, os pedidos têm sido vãos. É esse o procurador que os senadores querem ver mais dois anos à frente da PGR?", questiona O Globo.
O jornal reforça que, "sob Aras, a PGR rejeitou abrir inquérito sobre os R$ 89 mil depositados pelo ex-PM Fabrício Queiroz e sua mulher na conta da primeira-dama, Michelle Bolsonaro". "Recusou seguidos pedidos de investigação sobre erros de Bolsonaro na gestão da pandemia e, de novo nesta semana, não viu crime no fato de o presidente, mais uma vez, se negar a usar máscara e promover aglomeração. Em desafio ao consenso científico, a PGR chegou a duvidar da eficácia da medida contra infecções".
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