Jornal defende que Jair Bolsonaro seja responsabilizado pelos crimes na live da última quinta-feira, em que atacou as urnas eletrônicas e ameaçou o processo eleitoral
247 – O jornal Folha de S. Paulo, que apoiou o golpe de estado contra a ex-presidente Dilma Rousseff, em 2016, hoje cobra, em editorial, que o presidente da Câmara, Arthur Lira, e o procurador-geral Augusto Aras tomem providências contra os crimes cometidos por Jair Bolsonaro em sua live da última quinta-feira. "Bolsonaro passou mais de duas horas, na noite do último dia 29, a vituperar contra a urna eletrônica. Como se não tivesse nada importante a fazer, em meio ao morticínio de mais de 550 mil brasileiros pelo coronavírus, mobilizou recursos da União para atacar com uma profusão de mentiras o mecanismo responsável há anos pelo sucesso das votações no país", aponta o texto.
"Que ele alimenta a farsa a fim de encontrar pretexto para a possível derrota no ano que vem parece evidente. Mas isso não anula, da parte das autoridades incumbidas de impor limites ao Bonaparte do Planalto, a necessidade de responsabilizar um presidente da República que dobra a aposta na campanha de sabotagem contra um pilar do regime democrático", prossegue o editorialista.
"O procurador-geral da República, Augusto Aras, não tem desculpas para a inação e a protelação. Como outras figuras que se acomodam e se associam à aventura Jair Bolsonaro, cabe-lhe ponderar como seu nome vai figurar na história quando esse período anômalo da política brasileira houver passado. A mesma reflexão vale para o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Em nome de interesses imediatistas, continuar obstaculizando a análise de dezenas de pedidos de impeachment que enchem suas gavetas pode, ademais, comprometer seu futuro na política, como a intenção de reeleger-se para o comando da Casa em 2023", aponta ainda o texto.
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