Na abertura dos trabalhos no Judiciário, o presidente do STF, Luiz Fux, após ter anunciado que faria uma fala dura contra Jair Bolsonaro depois de suas ameaças às eleições de 2022, se manteve na defesa genérica da Constituição e da “harmonia entre os poderes”
247 - Após ter anunciado nos bastidores que faria um discurso duro contra Jair Bolsonaro, depois das ameaças do presidente às eleições de 2022, o presidente do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux, abriu os trabalhos do Judiciário nesta segunda-feira (2) com uma fala moderada, sem citar o nome do chefe do Executivo e ficando na defesa genérica da “harmonia entre os poderes” e da democracia.
“A democracia é o exercício da liberdade com responsabilidade. Não há nada automático ou perpétuo. O regime democrático precisa ser continuamente cultivado”, discursou Fux na sessão do Supremo. “No contexto atual, após 30 anos de consolidação democrática, o povo brasileiro jamais aceitaria que qualquer crise, por mais severa, fosse solucionada mediante mecanismos fora dos limites da Constituição”, acrescentou.
Fux, diz que, no futuro, as próximas gerações "saberão perfeitamente a quem referenciar”. “A História nos ensina: a democracia nos liberta do obscurantismo, da intolerância e da inverdade”, afirmou. “Palavras voam. Ações permanecem”.
A abertura do semestre de atividades no Judiciário, após o recesso, acontece no mesmo dia em que todos os 15 ex-presidentes do TSE e o atual, Luís Roberto Barroso, divulgaram nota em defesa do processo eleitoral no Brasil, em resposta a ataques de Bolsonaro à urna eletrônica e em defesa do voto impresso. Os dois - Barroso e Bolsonaro - também têm protagonizado embates públicos.
Fux também citou o combate ao que chamou de “inverdades” por parte do STF, que julga um processo de fake news. “Permanecemos atentos aos ataques de inverdades à honra dos cidadãos que se dedicam à causa pública. Atitudes desse jaez deslegitimam veladamente as instituições do país”.
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