À CPI da Covid, o coronel Marcelo Blanco sustentou que o encontro tratou apenas de "amenidades", e não de vacinas
247 - O ex-assessor do Ministério da Saúde, coronel Marcelo Blanco, em depoimento à CPI da Covid, negou que o jantar no restaurante Vasto, em Brasília, no dia 25 de fevereiro, tenha sido palco do pedido de propina em contratos do Ministério da Saúde.
No encontro, estavam presentes o coronel, o cabo da Polícia Militar Luiz Paulo Dominghetti, o ex-diretor de logística da pasta, Roberto Ferreira Dias, e o empresário José Ricardo Santana.
Segundo Dias, inicialmente, este foi apenas um encontro casual. À CPI, o ex-diretor afirmou que Dominghetti e Blanco teriam chegado à mesa em que estava a tomar um chope com Santana e proposto o esquema.
Ao contrário da versão apresentada por Dias, no entanto, Blanco disse que tinha conhecimento prévio do jantar.
Blanco sustentou que o encontro tratou apenas de "amenidades", e não de vacinas. Ele também negou que tivesse ocorrido um pedido de propina.
"Conversei com Dominghetti para ir até o Vasto, fomos até o shopping (Brasília Shopping), isso por volta de 19h, 19h30. Entramos e à esquerda o Roberto já se encontrava à mesa com o Sr. Ricardo. Me dirigi, apresentei o Dominghetti, sentamos e nem chegamos a jantar, pelo menos eu. Tinha um jogo do Flamengo que queria assistir em casa. No momento em que Dominghetti foi apresentado ele falou do interesse dele de ter agenda, porque ia retornar à cidade de origem dele no dia seguinte, e o Roberto disse, em função disso, que ia abrir uma lacuna na agenda e que ele fizesse uma solicitação formal que ele ia responder", disse o coronel Blanco em seu depoimento.
Após isso, Blanco diz ter se ausentado. "Saí para assistir o jogo". Segundo ele, seu último contato com Dominghetti foi em 10 de março.
O relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL), perguntou o motivo de Dominghetti ter revelado o pedido de propina. “É o que todo mundo se pergunta”, diz.
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