terça-feira, 24 de agosto de 2021

"Converso normalmente, mas nada sobre negócios", diz sócio da Belcher sobre relação com líder do governo

 Apesar da negativa, Emanuel Catori teve uma reunião no Ministério da Saúde com o líder do governo em 15 de abril para tratar do fornecimento da vacina da Cansino

(Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado | Roque de Sá/Agência Senado)


247 - O sócio da Belcher Farmacêutica, Emanuel Catori, durante seu depoimento à CPI da Covid nesta terça-feira (24) confirmou que mantém diálogos com o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), mas que o parlamentar não foi responsável por intermediar a Belcher com o Ministério da Saúde para a oferta de vacinas da Cansino.

“Conversas, eu converso normalmente. Mas não sobre negócios. Em nenhum momento ele me ajudou sobre a nossa vacina. O Brasil todo soube de nossa vacina, ainda mais em se tratando de uma vacina de uma dose”, disse Catori.

Catori disse que mantém conversas periódicas com o líder do governo na Câmara por serem da mesma cidade, Maringá, mas que nunca trataram de negócios. No entanto, o senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI, apontou contradição no depoimento.

Segundo Calheiros, a Belcher e o laboratório chinês CanSino assinaram termo de confidencialidade em seis de abril de 2021. Para ele, a reunião marcada por Barros com o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, foi realizada quando a empresa já tinha interesses e todas as informações sobre a vacina Convidecia.

O empresário disse que o processo de negociação no Ministério da Saúde seguiu as vias formais, por e-mail. Porém, mais cedo, admitiu ter sido levado pelo deputado Ricardo Barros para reunião no Ministério da Saúde. 

Ainda segundo Catori, a contratação do advogado Flávio Pansieri, que é ligado a Barros, não ocorreu em razão da relação dele com o deputado. Mais cedo, ele admitiu que o primeiro encontro no Ministério foi intermediado por Ricardo Barros, em 15 de abril, e que nessa reunião foi discutida  a possibilidade de fornecimento de um antiviral para o ministério. 

O senador Humberto Costa (PT-PE) destacou que a reunião não teve ata e o encontro só ter se tornado público em virtude de uma foto publicada nas redes sociais.

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