"Eu fico feliz se, de verdade, o povo possa receber um pouco mais de dinheiro. Mudar (o programa) de nome é uma coisa pequena... Se o Bolsonaro não está bem na sua relação social, não é tentando mudar o nome de um programa social que vai melhorar”, afirmou Lula, durante visita a acampamento do MST, no Recife
247 - O ex-presidente Lula visitou o Assentamento Che Guevara do MST, no município de Moreno, em Pernambuco, nesta segunda-feira (16). Em entrevista aos jornalistas, o ex-presidente disse que tem “clareza de que pegaremos o Brasil em 2022 muito pior do que eu peguei em 2003”.
“Eu nunca imaginei que depois da constituinte de 1988, nós fôssemos voltar a viver o que estamos vivendo”, afirmou Lula, enfatizando que o Brasil de Bolsonaro “é uma vergonha” e que o país está “desacreditado”.
Lula comentou comentou as mudanças feitas pelo governo no programa Bolsa Família, que passará a se chamar Auxílio Brasil.
"Eu fico feliz se, de verdade, o povo possa receber um pouco mais de dinheiro. Mudar (o programa) de nome é uma coisa pequena. Se você não está bem com o seu marido, não é mudando de nome que você vai resolver o seu problema. Se o Bolsonaro não está bem na sua relação social, não é tentando mudar o nome de um programa social que vai melhorar. Eu jamais vou falar contra qualquer aumento que signifique melhoria na qualidade de vida do povo. O que vai acontecer e a grande lição que ele vai aprender é que o povo vai receber e vai votar contra ele", disparou Lula.
Lula afirmou ainda que apesar das ameaças, Jair Bolsonaro “vai perder as eleições” e irá acatar o resultado. “E talvez o próximo presidente não queira receber a faixa dele, queira receber do povo brasileiro”, disse. "A certeza que eu tenho da lisura das eleições são as minhas eleições”, disse ele, rebatendo a tese de Bolsonaro sobre as urnas eletrêonicas.
Acompanhado da presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann; do senador Humberto Costa (PT-PE), dos deputados federais José Guimarães (PT-CE) e Marília Arraes (PT-PE) e do vice-presidente do PT, Marcio Macedo, entre outros líderes, Lula disse que "se o Lira não criar coragem de fazer o impeachment, vai sobrar para o povo brasileiro o direito de se livrar desse genocida que está no poder".
"Se um filho de Garanhuns tivesse medo de ameaça eu nem teria nascido. Já tenho experiência demais com bravata. O Bolsonaro vai perder as eleições e vai acatar o resultado. Ele pode é ficar triste porque talvez quem ganhe não queira receber a faixa dele e prefira receber do povo", frisou.
Lula não poupou críticas a Bolsonaro. "Estamos assistindo o começo da existência de um ditador. Um presidente que tem coragem de visitar quartel, mas não tem coragem de visitar hospital", destacou.
Sobre a relação do governo Bolsonaro com os militares, Lula disse que “a democracia não comporta um Estado civil governado por quase 6 mil militares em postos de confiança no governo”.
“As Forças Armadas têm seu papel definido na Constituição. E elas existem para proteger a soberania nacional contra possíveis inimigos externos. É isso que ela tem que fazer e não se meter em política”, salientou.
Já sobre o seu giro pelo Nordeste, o ex-presidente disse: "Evitei durante muito tempo sair de casa para não dar motivo para os negacionistas falarem que a gente não estava respeitando a pandemia. Mas decidi fazer essa viagem pelo Nordeste, respeitando as normas sanitárias, por compreender o momento que atravessa nosso país".
Lula chegou ao Recife no domingo (15) e iniciou uma intensa agenda de encontros e reuniões. Conversou com o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB); o prefeito de Recife, João Campos (PSB) e congressistas e lideranças de PT, PCdoB, Psol e PSB. O petista visitará nos próximos dias Piauí, Maranhão, Ceará, Rio Grande do Norte e Bahia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário