quarta-feira, 28 de julho de 2021

Pacientes deixam de comparecer a consultas com psiquiatras

 

Cerca de 30% das pessoas com problemas de saúde mental no pós-coronavírus faltaram ao atendimento médico

 

(Foto:PMA)

O recrudescimento do surto de Covid 19 nos seis primeiros meses de 2021 resultou em um aumento de casos relacionados à saúde mental das pessoas de diversas faixas etárias, necessitando de atendimento especializado em psiquiatria. Desde o início do ano, até junho de 2021, a Autarquia Municipal de Saúde de Apucarana agendou 872 consultas eletivas junto ao Hospital Regional de Jandaia do Sul, onde seis profissionais são credenciados para atendimento. No entanto, para surpresa geral, 285 pacientes deixaram de comparecer nos dias e horários agendados, correspondendo a 31% dos atendimentos previstos. A ausência dos pacientes, sem justificativa ou informação sobre o desinteresse da consulta, prejudica o andamento da denominada “fila de espera”.

Conforme os números apresentados pelo Departamento de Saúde Mental da Autarquia Municipal de Saúde, um levantamento feito no mês de julho mostrou a existência 144 pacientes aguardando o primeiro atendimento de psiquiatria. Para a responsável pelo Departamento de Saúde Mental da AMS, terapeuta ocupacional Karla Cristina Kisner Balan, se houvesse a comunicação prévia sobre a desistência da consulta agendada, seria possível programar novos atendimentos e até zerar a fila de espera. “Infelizmente esta situação foge de nosso controle, pois após liberada a consulta, com data e horário determinados, não há como saber se o paciente compareceu ao Hospital Regional para o atendimento”, explica a terapeuta.

Karla Balan lembra ainda que os agendamentos para o município de Apucarana são definidos junto ao Consórcio Intermunicipal de Saúde do Vale do Ivaí e Região (Cisvir). Salienta a responsável pelo Departamento de Saúde Mental que os agendamentos estão relacionados à situação do paciente, conforme informado pelo médico que prestou o atendimento primário, na unidade básica. “Há casos que, em determinado momento, o quadro do paciente mostra-se grave e somente o diagnóstico do psiquiatra determinará a medicação correta. Outras determinantes, como o apoio da família e de amigos, mudam o quadro e a situação se resolve sem a consulta. Acreditamos que este pode ser o motivo de algumas das ausências”, completa ela.

O diretor-presidente da AMS, Roberto Kaneta, afirma que há uma preocupação grande da administração municipal em prestar atendimento às pessoas com distúrbios mentais relacionados à Covid 19. Segundo ele, não existem números precisos sobre as implicações psiquiátricas relacionadas à epidemia, mas é possível observar casos de depressão, transtornos de humor e ansiedade, além de sintomas relacionados a transtornos pós traumáticos. “Todo nosso quadro de profissionais da atenção básica juntamente com os serviços especializados estão prontos para atender pessoas com distúrbios mentais, executando as primeiras medidas necessárias a evitar o agravamento dos casos”, explica o diretor-presidente.

Importante ressaltar que não apenas as consultas do departamento de saúde mental possuem essa taxa de absenteísmo, todas as especialidades possuem uma fila de espera significativa, principalmente após a parada de consultas no início da pandemia de COVID19. O não comparecimento sem justificativa ou comunicação ao setor de regulação ou as unidades de saúde do território causam prejuízos aos demais usuários que aguardam essas consultas.

 

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