Em pronunciamento duro, Rodrigo Pacheco disse que repudia qualquer declaração sobre "frustração das próximas eleições". “Não admitiremos qualquer tipo de retrocesso neste sentido. Isso advém da Constituição Federal”, disse ele
247 - O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, mandou um recado direto a Jair Bolsonaro nesta sexta-feira (9), que tem feito ameaças de cancelamento das eleições presidenciais de 2022, caso não seja reintroduzido o voto impresso.
Durante pronunciamento a jornalistas, Pacheco afirmou que o Congresso Nacional não admitirá “qualquer tipo de fala ou menção que seja atentatória à democracia”.
“Tudo o quanto houver de especulações em relação a algum retrocesso à democracia, como a frustração das próximas eleições é algo que o Congresso Nacional, além de não concordar, repudia”, disse o senador. “Não admitiremos qualquer tipo de retrocesso neste sentido. Isso advém da Constituição Federal”, acrescentou.
O presidente do Senado disse ainda que as eleições periódicas, livres e com o voto secreto são a maior prova da soberania popular e são inegociáveis. A manutenção ou não do formato do pleito, acrescentou, está sendo discutida pelo Congresso Nacional e não será definida pelo Poder Executivo ou pela Justiça Eleitoral. “A decisão que houver pelo Congresso Nacional haverá de ser respeitada por todos os poderes”, afirmou.
Assista a um trecho da fala de Rodrigo Pacheco:
Recado a militares
Na entrevista aos jornalistas, Rodrigo Pacheco defendeu ainda a independência da instituição, em uma resposta direta aos militares, que enviaram uma nota ameaçadora à CPI da Covid no Senado nesta quinta. Ele também mandou recado a Jair Bolsonaro, que vem fazendo frequentes falas que colocam em risco a lisura das eleições de 2022.
"Temos compromissos que são inarredáveis, inafastáveis. O compromisso com a República, com o pluralismo político e da separação entre os Poderes, que signifique o respeito. Entre elas uma separação entre os poderes, que não significa necessariamente desunião”, declarou Pacheco.
O pronunciamento aconteceu dois dias depois de o Ministério da Defesa, juntamente com as Forças Armadas, divulgar uma nota em tom ameaçador contra a CPI da Covid e chamando o presidente da Comissão, senador Omar Aziz (PSD-AM), de “leviano e irresponsável” diante de denúncias de corrupção que envolveriam alguns militares no Ministério da Saúde. Hoje o tom dos militares subiu. Em discurso no Senado no mesmo dia, Aziz cobrou de Pacheco uma reação mais dura em resposta aos militares. O próprio senador Aziz respondeu à nota.
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