Governador de São Paulo criticou o ex-ministro da Saúde após a revelação de que Pazuello negociou o imunizante chinês com atravessadores pelo triplo do preço oferecido pelo Butantã
247 - O governador de São Paulo, João Doria, comentou nesta sexta-feira (16) a denúncia de que o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello negociou com atravessadores a aquisição de 30 milhões de doses da vacina Coronavac, do laboratório chinês Sinovac.
"Enquanto trabalhávamos para viabilizar a Coronavac de forma segura e com preço justo para os brasileiros, o ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, em nome do Governo Bolsonaro, negava a vacina e superfaturava seu preço nos bastidores. Uma vergonha nacional!", escreveu Doria pelo Twitter.
Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, divulgada nesta sexta, Pazuello se reuniu, fora da agenda oficial, com representantes da World Brands, empresa de Santa Catarina especializada em comércio exterior no próprio ministério, no dia 11 de março.
Na proposta apresentada pela World Brands, cada dose da Coronavac custaria aos cofres públicos US$ 28. É quase o triplo do valor cobrado pelo Instituto Butantan, que vendeu 100 milhões de doses do imunizante ao Ministério da Saúde ao custo de U$ 10 por dose.
Em vídeo divulgado pelo jornal Folha de S.Paulo nesta sexta-feira (16), o general anunciou a assinatura de um memorando de entendimento com os fornecedores. E ainda prometeu celebrar o contrato “no mais curto prazo”.
Em depoimento à Comissão, em abril, quando perguntado sobre a falta de interesse do ministério em relação às ofertas de imunizantes apresentadas pela Pfizer, Pazuello chegou a afirmar que “jamais” teria participado diretamente desse tipo de negociação. “Pela simples razão de que eu sou o dirigente máximo, eu sou o ‘decisor’, eu não posso negociar com a empresa. Quem negocia com a empresa é o nível administrativo, não o ministro”, disse ele na ocasião.
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