segunda-feira, 12 de julho de 2021

Empresa de logística que ganhou 70% a mais com Ricardo Barros no Ministério da Saúde entra na mira da CPI

 VTC Operadora de Logística faturou R$ 258 milhões durante os dois anos em que o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros, comandou a pasta da Saúde

Ricardo Barros e fachada do Ministério da Saúde (Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado | Pablo Valadares/Câmara dos Deputados)

247 - A VTC Operadora de Logística entrou na mira da CPI da Covid após registrar um crescimento exponencial em seu faturamento durante os dois anos em que o deputado federal Ricardo Barros (PP-PR), atual líder do governo na Câmara, comandou o Ministério da Saúde. De acordo com o jornal O Globo, a empresa faturou R$ 258 milhões durante o período, 98% por meio de contratos com dispensa de licitação. O valor é 70% maior que os ganhos registrados nos sete anos anteriores.

Os negócios da VTC com o governo federal foram iniciados em 2009. Até 2015, a empresa faturou um total de R$ 152 milhões por meio de contratos celebrados com o  ministério, uma média de R$ 21 milhões anuais.  A partir de 2016, após Ricardo Barros assumir o controle da pasta, a empresa fechou sete contratos, num total de R$ 258 milhões. 


Deste total, R$ 34 milhões foram firmados em 2016 e R$ 223,5 milhões no ano seguinte. Entre maio de 2016 e março de 2018 seis contratos foram feitos por meio de dispensa de licitação, totalizando R$ 253 milhões. O valor corresponde a 98% do total.

Em 2019, após Jair Bolsonaro chegar ao poder, a empresa fechou mais um contrato da ordem de R$ 21,9 milhões. De acordo com reportagem do Jornal Nacional, da TV Globo, o ex-diretor de logística do ministério Roberto Ferreira Dias -que é investigado pela CPI da Covid -  autorizou um pagamento à VTC 1.800% acima do que o recomendado pela área técnica do ministério. 

Na semana passada, os senadores que integram o colegiado aprovaram a convocação da CEO da empresa, Andreia Lima, para prestar explicações sobre o caso. “Queremos saber qual foi a participação do Centrão e de pessoas ligadas a este grupo, como os ex-diretores de logística indicados por políticos do bloco, nos contratos da VTC”, afirmou  o vice-presidente da CPI, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).

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