segunda-feira, 12 de julho de 2021

Cai o chefe do olavismo no Itamaraty

 O diplomata Roberto Goidanic foi exonerado da presidência da Fundação Alexandre de Gusmão (Funag), órgão ligado ao Ministério das Relações Exteriores. Olavista, ele transformou a Fundação num centro de difusão das ideias da extrema direita e do olavismo. Palestras de olavistas, alguns processados pelo STF, tornaram-se comuns na gestão de Goidanic

Diplomata Roberto Goidanic, sede do Itamaraty e o escritor Olavo de Carvalho (Foto: FUNAG | Marcos Oliveira/Agência Senado | Reprodução)

247 - O diplomata bolsonarista e olavista Roberto Goidanic foi exonerado da presidência da Fundação Alexandre de Gusmão (Funag), órgão destinado a promover estudos e debates no Ministério das Relações Exteriores. A embaixadora Marcia Loureiro, atualmente no consulado do Brasil em Los Angeles, irá para o seu lugar, por determinação do chanceler Carlos França, informa  nesta segunda-feira (12) a coluna de Lauro Jardim, no jornal O Globo. Ele era o líder do olavismo no Itamaraty.


Goidanic tornou a Fundação, um tradicional ambiente de debate sobre política internacional, num centro de difusão do olavismo. Ele passou a convidar para palestras e seminários blogueiros olavistas, militantes governistas, fundamentalistas religiosos e teóricos da conspiração, em geral pessoas sem qualquer qualificação acadêmica. Goidanic estava no comando da Funag desde o início da gestão Ernesto Araújo.

A Funag tentou usar sistemas de comunicação internos do governo federal para divulgar a milhões de servidores públicos palestras de blogueiros bolsonaristas investigados pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A iniciativa ocorreu às vésperas de a Polícia Federal deflagrar uma operação contra os mesmos blogueiros no âmbito das investigações sobre a propagação de notícias falsas e o apoio a atos pró-golpe. 

A exoneração Goidanic revela a perda de poder e influência de Olavo de Carvalho. Ele é alvo de protestos de médicos e profissionais de saúde de São Paulo, onde está internado no Incor pelo SUS, depois de ter sido o mais estridente inimigo da saúde pública no país. De acordo com a categoria, Olavo deu entrada na instituição na semana passada pelo Sistema Único de Saúde (SUS), sem passar pela central de regulação de leitos (Crosp) do governo paulista.

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