O senador Alessandro Vieira, em entrevista à TV 247, revelou estar arrependido de ter votado em Bolsonaro nas últimas eleições. Ele lamentou ter subestimado a “má qualidade” do presidente e disse que, no primeiro turno de 2022, vai apoiar um candidato da terceira via. “O Brasil merece mudar de página”. Assista
Senador Alessandro Vieira (Podemos-SE) na CPI da Covid (Foto: Jefferson Rudy)
“Eu fiz uma escolha, a comuniquei. Na escolha, já disse que ia ter uma atuação o mais incisiva possível para evitar aqueles problemas que já se anunciavam, o autoritarismo, o despreparo”, justificou o senador sobre o voto em Bolsonaro. “Mas, hoje, tenho que reconhecer que me arrependo do voto. Subestimamos o problema do Bolsonaro, subestimamos a má qualidade, o dano que ele podia causar. E superestimamos o entorno. Se imaginou que aquele entorno de generais e de técnicos conseguiria controlar os arroubos do deputado radical Jair Bolsonaro. E isso não aconteceu, aconteceu o contrário, ele submeteu esse entorno”, ressentiu.O parlamentar acredita que o Brasil agora deve “mudar de página”, e que nem Lula e muito menos Bolsonaro poderiam resolver os problemas do país: “Agora, com esse arrependimento, como vamos fazer para 2022? A minha intenção nesse momento é trabalhar para uma terceira via. O Brasil merece mudar de página. Não acredito que um retorno do ex-presidente Lula vá resolver os nossos problemas. E tenho certeza também que a permanência de Jair Bolsonaro não ajuda. Mas é uma construção democrática. No final das contas, quem decide é o eleitor. E se chegarmos novamente ao segundo turno com o projeto do PT e o projeto do Bolsonaro, eu vou ter que refletir junto com o eleitor de Sergipe e tomar uma decisão, e ela vai ser pública. Me esconder não faz parte do cardápio”.
CPI da Covid
O senador, que tem atuação marcante na CPI da Covid, prevê que os fatos mais graves irão emergir das investigações. No entanto, ele se mostrou pessimista quanto às chances de um impeachment contra Bolsonaro.
“Temos convicção de que, ao final, a CPI vai ter provas de fatos graves. Decidir se isso vai ser ou não suficiente para o impeachment passa por outra esfera. A gente sabe que o processo de impeachment no Brasil passa por uma etapa que é a decisão unilateral do presidente da Câmara dos Deputados, o deputado federal Arthur Lira. É muito improvável que ele dê andamento a qualquer situação que tenha referência ao impedimento do presidente”, disse o senador.
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