“Um país que não respeita seus povos originários não pode ir pra frente”, declarou no Twitter o ex-presidente Lula (PT)
247 - O ex-presidente Lula (PT) disse, nesta terça-feira, 22, que é “inaceitável a covardia com que as manifestações dos povos indígenas foram reprimidas pela polícia em Brasília”. “Um país que não respeita seus povos originários não pode ir pra frente”, declarou no Twitter.
Os indígenas foram agredidos com extrema violência por policiais do DF nesta terça-feira em frente ao Congresso. É o segundo ataque em poucos dias - o primeiro aconteceu dia 17.
Os indígenas protestam para pedir o arquivamento do Projeto de Lei 490/2007. O PL prevê uma série de modificações nas demarcações de terras indígenas. Entre elas a de que povos indígenas só teriam direito àquelas terras que estivessem em sua posse no dia 5 de outubro de 1988.
A votação do PL estava prevista para a tarde desta terça-feira pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, mas foi retirada da pauta após os protestos.
Na semana passada, indígenas e policiais militares do Distrito Federal entraram em confronto, em frente à sede da Funai, na Asa Sul. Os índios usaram pedras e flechas para enfrentar a polícia depois que o presidente da Fundação Nacional do Índio, Marcelo Augusto Xavier da Silva, se recusou a recebê-los.
Oposição critica violência policial
Parlamentares foram às redes sociais repudiar a violência policial contra indígenas no Distrito Federal. Agentes da polícia usaram bombas de gás lacrimogêneo e spray de pimenta para dispersar os índios, que atiraram flechas contra os seguranças.
A presidente nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), disse no Twitter que "a imbecilidade política levou a violência". "O q os indígenas queriam era tirar o projeto 490 da pauta até dia 30, qdo STF decide s/ o marco temporal das terras indígenas. A direção da Câmara tem de explicar pq sua polícia dispersou os manifestantes e chamou a PM. Vários feridos", escreveu a petista.
De acordo com o deputado federal Marcelo Freixo (RJ), "o que está sendo aprovado no Congresso é um retrocesso civilizatório". "Nós vamos ter que agir, porque isso acontece no entorno da Câmara dos Deputados e não é possível que a população indígena seja tratada dessa maneira no Parlamento. Isso é muito grave e triste, é um sinal de tudo aquilo que a gente falou. Talvez seja a materialização de tudo o que a gente falou que tem que enfrentar", disse o parlamentar durante a cerimônia de filiação do PSB.
Os deputados Ivan Valente (PSOL-SP) e Erika Kokay (PT-DF) classificaram a ação como "covarde". "Não vamos tolerar violência!", afirmou, também no Twitter, a deputada federal Alice Portugal (PCdoB-BA).
Segundo a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ), é necessário prestar atenção na manipulação de quem atacou os indígenas. "É sempre a mesma história. Atacam uma minoria ou maioria minorizada de todas as formas possíveis desde sempre mas só chamam de violência a reação dela aos ataques. Minha solidariedade aos povos indígenas que lutam!", afirmou.
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