O deputado Luis Miranda sugere que seu irmão, o servidor público Luis Ricardo Miranda, deponha em sessão secreta da CPI para fazer novas revelações
247 - Em entrevista aos jornalistas Mateus Vargas e Leandro Colon, na Folha de S.Paulo, o deputado Luis Miranda (DEM-DF) afirmou que o esquema de corrupção no governo Bolsonaro em torno do escândalo da compra de vacinas pelo Ministério da Saúde pode ser "muito maior" do que o caso da vacina Covaxin. Segundo Miranda, seu irmão Luis Ricardo Miranda, chefe do departamento de importação do ministério, vê indícios de operação "100% fraudulenta" também para a compra de testes de Covid. "Se existir algo realmente ilegal, não é só nessa vacina [Covaxin], é na pasta toda".
Luis Miranda mantém no ar a dúvida sobre se teria gravado Bolsonaro durante a conversa com ele. "É melhor no ar do que a certeza dela. Na hora certa, se precisar..."
Miranda declara na entrevista que "os militares tinham uma presença meio não republicana” no Ministério da Saúde.
Segundo o deputado, há pessoas no Ministério da Saúde tentando usar a Opas (Organização Pan-Americana de Saúde) para fazer a jogada, com dinheiro do Banco Mundial, "uma compra gigantesca, altamente desnecessária", uma compra para mais 14 milhões de testes de antígenos, além dos 3 milhões já comprados.
Miranda propõe que seu irmão forneça mais dados e informações sobre corrupção no Ministério da Saúde em sessão fechada da CPI da Covid. "Meu irmão sabe muita coisa", disse. "Acho que se a CPI fizer reunião fechada, pedir dados, informações. Meu irmão não quer fazer denúncia, porque, pela forma como o Palácio agiu, qualquer informação que ele der, que porventura não se prove lá na frente, vão tentar colocar uma denunciação caluniosa".
Miranda conta que entre essas informações podem ser sobre aditivos de aumento de valores, feitos às escuras, aumentando valores de licitações.
Sobre a conversa com Jair Bolsonaro, o deputado diz que ele "não é doido" de confrontar a sua versão da conversa de 50 minutos que tiveram. Afirma que se Bolsonaro fizer isso, "vai tomar um susto". "Não pode me chamar de mentiroso, pode falar qualquer coisa, menos que sou mentiroso", enfatiza, reafirmando que Bolsonaro citou o nome do líder do governo na Câmara, o deputado Ricardo Barros, ao tomar conhecimento das denúncias que encaminhou a ele sobre a intermediação da Precisa Medicamentos para a compra da vacina indiana Covaxin.
Luis Miranda acha que o esquema de corrupção no Ministério da Saúde pode ser muito maior do que o que envolve a compra da Covaxin. "Acho que pode ser muito maior. Se existir algo realmente ilegal, não é só nessa vacina, é na pasta toda", "o maior esquema de corrupção de todos os tempos"
Na entrevista o deputado considera que a reação do governo às suas mostra que "talvez o governo sabia e tentou ocultar mesmo, maquiar".
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