Uma carta da Pfizer datando de setembro de 2020 pede celeridade ao governo brasileiro na compra dos imunizantes. Ela foi respondida dois dias depois, sem qualquer decisão sobre a compra das vacinas
247 - Uma carta da farmacêutica americana Pfizer datando de setembro de 2020 ficou dois dias no gabinete de Jair Bolsonaro, segundo documentos obtidos pelo Antagonista.
A carta foi enviada ao gabinete do presidente no dia 12 daquele mês e foi respondida dois dias depois, por e-mail, sem qualquer decisão sobre a compra de vacinas.
O documento, assinado pelo CEO mundial da Pfizer, Albert Bourla, pede celeridade ao governo brasileiro na compra dos imunizantes.
O fato reforça a tese de que o governo federal foi omisso com a farmacêutica. Foram 53 e-mails da Pfizer sem resposta e uma proposta ignorada para que o imunizante fosse vendido com 50% de desconto.
“Acusamos o recebimento da correspondência s/nº de 12/9/2020, dirigida ao Senhor Presidente da República, informando que sua equipe do Brasil se reuniu com representantes dos Ministérios da Economia e da Saúde, bem como com a embaixada do Brasil nos Estados Unidos, e apresentou proposta para fornecer potencial vacina contra a Covid-19, que até o presente momento não obteve qualquer posicionamento sobre a referida proposta”, diz o documento assinado por Aida Íris de Oliveira, diretora de Gestão Interna do Gabinete Pessoal da Presidência da República.
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) afirmou que a revelação comprova a omissão do governo Bolsonaro, o que levou a incontáveis mortes. "Em meio a uma pandemia, o próprio presidente não dá importância a uma carta de uma farmacêutica responsável pela vacina contra a Covid-19. Temos todos os elementos para reafirmar o que já sabíamos: pelo menos 80 mil brasileiros morreram por omissão direta do governo federal e do seu presidente da República", disse o vice-presidente da CPI da Covid.
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