Tércio Thomaz, membro do Gabinete do Ódio e assessor especial de Jair Bolsonaro, admitiu em depoimento à PF que dois funcionários que trabalham com ele tinham atuação junto à Secom. Depoimento de Tércio contradiz o ex-secretário Fabio Wajngarten, que negou em depoimento à CPI da Covid qualquer relação de membros do Gabinete do Ódio com a Secom
247 - Em depoimento à CPI da Covid, o ex-titular da Secom (Secretaria de Comunicação da Presidência da República) Fabio Wajngarten disse que Tércio Thomaz, assessor especial de Jair Bolsonaro (sem partido), não tinha relação com o trabalho da pasta. No entanto, em depoimentos no inquérito dos atos antidemocráticos, Tércio Thomaz admitiu à Polícia Federal (PF) que dois assessores que trabalham com ele, José Matheus Salles Gomes e Mateus Diniz, tinham atuação junto à Secom. Eles relataram à PF suas funções.
"O único gabinete que eu conheço é o gabinete da Secretaria Especial de Comunicação. O senhor Tércio nunca fez parte do quadro da Secom. O senhor Tércio nunca participou de decisões estratégicas, seja de qualquer conteúdo que a Secom determinou, veiculou ou planejou. Nenhuma interferência do senhor Tércio", declarou Wajngarten em seu depoimento à CPI da Covid no dia 12 de maio, marcado por diversas contradições.
Segundo reportagem do portal UOL, o trio escolhido pelo vereador Carlos Bolsonaro, apontado como o chefe da pasta de comunicação paralelo do governo, contou aos investigadores que faziam articulações e intermediavam a comunicação e o diálogo da Secom com a Presidência.
Thomaz revelou que trabalha em "uma sala situada no Palácio do Planalto, 3° andar; que compartilha a sala com José Matheus e com Mateus Diniz". Segundo Thomaz, José Matheus tem como atribuição "intermediar os assuntos com a Secom, de interesse de comunicação".
Já Diniz, trabalha no Planalto e tem como função "auxiliar a interligação da Secom com a assessoria pessoal do Presidente da República".
A reportagem ainda informa que, ao prestar depoimento, José Mateus afirmou à PF que sua "atribuição é de acompanhar a agenda do presidente da República, realizar a análise de cenário da internet (pautas do dia, temas que podem ser polêmicos ou de interesse do governo) para assessorar o presidente da República na tomada de decisões".
O assessor disse ainda que "sua função está mais ligada à área de comunicação do governo como um todo, envolvendo a parte de estratégia de comunicação das atividades desenvolvidas pelo governo (ideias, sugestões, temas que não devem ser abordados em determinado momento etc.)". Segundo ele, a Secom realiza o trabalho de comunicação, mas ele "atua no sentido de auxiliar estrategicamente essas abordagens".
SFT
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a retirada do sigilo do inquérito que apura a organização de atos antidemocráticos. A decisão ocorre após o o procurador-geral da PGR, Augusto Aras, defender o arquivamento da investigação.
O inquérito apura quem organizou e financiou atos bolsonaristas exigindo a intervenção militar e a adoção de um novo AI-5.
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