Economista e ex-ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, disse à TV 247 que a volta da fome “é consequência da “precarização e a desestruturação da legislação trabalhista no Brasil”, que “desprotege a população”
247 - A economista e ex-ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, comentou em entrevista à TV 247 sobre a destruição de políticas públicas no Brasil no combate à fome e explicou que não é apenas quem está desempregado que está em situação de insegurança alimentar, que atinge quase 60% dos domicílios brasileiros.
“A insegurança alimentar grave é quatro vezes maior entre os trabalhadores informais quando comparada com os trabalhadores formais”, afirmou. Segundo ela, são pessoas que comem uma vez por dia ou "às vezes passam o dia sem comer”.
A economista destacou que isso é consequência da “precarização e a desestruturação da legislação trabalhista no Brasil, que se vendia como sendo melhor por tirar burocracia”, mas que na realidade “desprotege a população”.
O trabalhador informal, continua Campello, “está ganhando menos, não vai se aposentar, tem um conjunto de desproteções no mercado de trabalho, não está protegido na legislação”. “Ganha menos e a família come menos”, acrescentou.
Em 2014, sob o governo Dilma Rousseff (PT), o Brasil saiu do mapa da fome da ONU, mas a política dos governos que se seguiram ao golpe de 2016 colocaram a insegurança alimentar de volta.
“Não é só culpa do Bolsonaro, começou lá com Temer, mas Bolsonaro deu uma contribuição fantástica para que essa situação chegasse nesse grau de gravidade com certeza absoluta”, argumentou.
Ela ainda disse que o governo de Jair Bolsonaro “desorganizou o conjunto do Estado brasileiro que tinha construído uma rede de proteção de combate à fome”. “Por isso a fome voltou”.
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